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Domingo - 03 de Janeiro de 2010 às 07:39
Por: Caroline Lanhi

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Com mais de meio milhão de habitantes Cuiabá ainda possui 40 bairros sem o serviço de distribuição postal. Apesar da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos contabilizar apenas 21 bairros, a Secretaria Municipal de Infra-estrutura (Seminfe) informa que ao todo são 40, pois metade deles ainda precisa ser regularizada e a outra parte necessita de reemplacamento.

Devido a essa situação, uma vez por mês a comerciante Ezanil Santana de Almeida, 55, sai da sua mercearia, localizada na avenida principal do bairro Jardim Ubirajara, em Cuiabá, pega dois ônibus e vai até a agência dos Correios do CPA II buscar suas correspondências. Para ter acesso às contas do mês, Ezanil perde uma manhã inteira de trabalho e enfrenta uma enorme fila para ser atendida. Se tiver sorte, ela volta para casa com as contas e paga cada uma delas com juros e multas por atraso. Caso contrário, chega com as mãos vazias, pois as correspondências retornam ao remetente depois de certo período.

Mesmo estando sujeita a multas, Ezanil não vai mais que uma vez por mês aos Correios porque está cansada de perder tempo. Sem o serviço de distribuição postal, as únicas contas que chegam até o Jardim Ubirajara são as de luz e água, pois utilizam um serviço diferenciado. Ezanil conta que, em uma dessas idas e vindas até a agência dos Correios mais próxima, descobriu uma fatura, referente a sua loja, vencida há mais de dois anos. Entre juros e multas, o valor da fatura havia dobrado e a comerciante precisou entrar com um processo para reverter a situação.

Do outro lado da avenida mora o cinegrafista Nilson Oliveira da Silva, 42. Estressado com a situação que se arrasta há anos, Nilson já desistiu de procurar por suas correspondências e há 6 anos utiliza os endereços de sua mãe e sua sogra para receber as contas. "Moro neste bairro há 12 anos e nunca recebi uma carta", se revolta o morador. Nem cadastro em lojas Nilson consegue fazer, porque ao passar o Código de Endereçamento Postal (CEP), o endereço fornecido não confere. Na conta de energia elétrica o CEP é um, na de água é outro, mas nenhum deles é possível ser utilizado para cadastros no comércio, pois se referem a outras regiões da cidade.

De acordo com Silva, o bairro Jardim Ubirajara, que é proveniente de grilo, existe há mais de 22 anos, mas os terrenos e as casas ainda não estão regularizados. Tanto Nilson quanto Ezanil acreditam que, por mais que o bairro tenha asfalto e numeração, a entrega de correspondência não é realizada pelo fato do bairro não estar regularizado e das casas não possuírem documentação.

Segundo o secretário municipal de infra-estrutura, Euclides dos Santos, a falta do serviço de distribuição postal em 40 bairros da Capital tem data para acabar. Santos esclarece que, no caso do Jardim Ubirajara, o bairro já está legal perante a Justiça, mas ainda falta a regularização fundiária de cada terreno. Assim, o secretário garante que uma ação entre município, estado e governo federal vai por fim na situação até o final do primeiro semestre de 2010.


 




Fonte: A Gazeta

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