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Internacional
Sábado - 02 de Janeiro de 2010 às 11:31

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As autoridades investigam neste sábado o atentado suicida que matou mais de 90 pessoas na sexta-feira, incluindo várias crianças, em uma partida de vôlei do conflituoso noroeste do Paquistão, o mais recente de uma grande onda terrorista diante da operação do exército no principal reduto talibã.

Hoje, aconteceram pelo menos 20 funerais pelas vítimas do atentado, na maioria civis - exceto sete membros das forças de segurança -, enquanto mais de 60 pessoas se recuperam dos ferimentos, entre elas dez que se encontram em estado grave, segundo uma fonte policial consultada pela Agência Efe.

A ação foi cometida por um suicida, que detonou os aproximadamente 300 quilos de explosivos que levava em seu veículo em uma pequena localidade do distrito de Lakki Marwat em meio a uma quadra de vôlei, durante uma partida.

A exposão causou o desabamento de cerca de 20 edifícios, inclusive um ocupado por um dos comitês da paz que lutam contra os talibãs.

Nenhum grupo assumiu a autoria do massacre, mas diversas fontes de inteligência não duvidam em atribuí-lo ao Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), movimento que reúne diversas facções talibãs do país.

"Entra dentro de sua estratégia de propagar o terror, mas é fácil que (os talibãs) não reivindiquem a ação, porque há muitas baixas civis e isso diminui seu apoio", disse à agência EFE uma fonte dos principais secretos serviços paquistaneses (ISI).

O Exército combate atualmente o TTP em várias frentes das próximas áreas tribais fronteiriças com o Afeganistão, incluindo no que é considerado o máximo reduto do grupo, a região do Waziristão do Sul, onde, em outubro, começou uma operação militar em grande escala.

Apesar de o comando paquistanês afirmar que eliminou mais de 600 fundamentalistas nesta ofensiva, não atingiu a cúpula do movimento, e os especialistas acham que a maior parte da insurgência se escondeu fora do território em conflito, onde o inverno (hemisfério norte) imprimiu um "low profile" à campanha militar.

Nestes últimos três meses, uma onda terrorista paralela deixou quase 800 mortos em cerca de 50 atentados em todo o país contra alvos tão diversos quanto a ONU, centros de ensino, forças de segurança, políticos, jornalistas, mercados, tribunais ou minorias religiosas.

"Este ataque tem muito um padrão da Al-Qaeda. É preocupante que cada vez haja mais ligações entre os talibãs paquistaneses e outros grupos jihadistas. Pode ser que estejam optando por uma nova tendência de atacar contra alvos fáceis, onde haja muita população civil", disse à Efe uma fonte de segurança ocidental.

A fonte acrescentou que o TTP, que atua com uma "hierarquia muito horizontal", quer mostrar que "as operações não têm sucesso, que podem levar a guerra a qualquer lugar e se impor através do medo.

Não vão se conformar em atentar apenas no noroeste, o lógico é que atinjam também nas grandes cidades".

Na consolidação de suas ofensivas, o comando militar do Paquistão buscou aliados em tribos inimigas das facções talibãs que atacam em território paquistanês, incentivou disputas internas e promovendo milícias locais.

Esta estratégia foi feita tanto no Vale do Swat quanto em diversas áreas tribais e na própria Lakki Marwat. Os líderes antitalibãs e seus combatentes constituíram um objetivo prioritário da insurgência.

Os analistas duvidam, além da estratégia do Exército, que é desenvolvida por fases, de seu interesse real de se desfazer de todos os elementos talibãs, diante da eventualidade de uma saída das tropas estrangeiras do vizinho Afeganistão.

"Conseguimos muitos objetivos no Waziristão do Sul e em outras operações. Os insurgentes estão em fuga. Primeiro, temos que resistir ao TTP e, depois, começaremos a atuar contra outros grupos", disse a fonte do ISI consultada pela Efe.

Mais de 3,3 mil pessoas - uma média de nove a cada dia, na maioria civis - morreram em atos terroristas em 2009 no Paquistão, um número que poderia ter sido ainda maior, já que as autoridades paquistanesas afirmam que "para cada ataque, há sete que foram evitados".






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