Sobe para 19 número de mortes causadas pelas chuvas no Rio

A morte de um homem de 49 anos que estava internado no hospital municipal Salgado Filho na tarde desta quinta-feira, no Méier, zona norte do Rio, elevou para 19 o número de mortos devido à forte chuva que atinge a região metropolitana do Rio desde ontem (30).

A filha dele, de três anos, permanece internada em estado grave na unidade. Até as 15h, foram registrados oito feridos e mais de 300 chamadas de socorro no Estado por causa de alagamentos, inundações, deslizamentos e rolamento de pedras.

Durante a manhã de hoje, o resgate de pai e filha havia mobilizado os bombeiros por cerca de seis horas após o desabamento da casa deles em Quintino, na zona norte do Rio. A mãe da criança não resistiu aos ferimentos e morreu na hora.

A menina, que ficou órfã, sofreu fratura de fêmur na perna esquerda e continua internada em estado grave, porém estável, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do setor pediátrico do hospital Salgado Filho.

De acordo com o subsecretário de Defesa Civil Municipal, coronel Sérgio Simões, a chuva está distribuída em toda a cidade, mas as regiões que devem receber mais atenção são as encostas. A assessoria da Defesa Civil informou ainda que há 95 desalojados, sendo dez em Mangaratiba, dois em Magé e 83 em Nilópolis, além de 544 desabrigados, sendo 540 em Duque de Caxias e quatro em Magé que foram encaminhados para abrigos municipais.

A Defesa Civil diferencia o desalojado e o desabrigado. Este último é o que é amparado pelo poder público. Desalojados são aqueles que conseguiram abrigo provisório em casas de parentes, amigos ou em hotéis.

Continua a chover no Estado, e a Defesa Civil Estadual permanece em estado de atenção. Segundo o Corpo de Bombeiros, o caso mais grave aconteceu na região de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, onde um deslizamento de terra atingiu uma residência e provocou a morte de cinco pessoas da mesma família. Uma delas tinha sido socorrida com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu, informou a corporação.

Na região de Quintino, na zona norte do Rio, foi confirmada a morte de uma mulher em um deslizamento de terra que atingiu a residência em que ela estava. Um homem e uma criança também ficaram feridas. Já no bairro de Vaz Lobo, outras três pessoas morreram e uma ficou ferida, mas os bombeiros não souberam informar o sexo e a idade das vítimas e haviam informado anteriormente que seriam quatro mortos.

Em Mangaratiba, na região metropolitana do Rio, duas pessoas ficaram feridas devidos a alagamento e inundação, informou a Defesa Civil. Já na Baixada Fluminense, em Belford Roxo, duas pessoas morreram em um desabamento. No início da tarde de hoje, foi confirmada ainda mais duas mortes em São João de Meriti, mas a Defesa Civil não informou detalhes sobre as vítimas.

Outra morte foi registrada na rua Prainha, em Duque de Caxias (RJ), onde outro deslizamento atingiu uma residência e provocou a morte de um menino de cinco anos. O deslizamento aconteceu por volta das 2h14 e não deixou outros feridos, segundo informações do Corpo de Bombeiros.

A corporação afirmou que a cidade de Duque de Caxias é o mais atingido pelas chuvas. Um dos deslizamentos também aconteceu no bairro Centenário e não deixou feridos, e outro aconteceu no bairro de Chacrinha e os bombeiros não souberam informar se há vitimas.

Segundo a Defesa Civil, a Secretaria Estadual de Assistência Social realiza apoio às vitimas e familiares e distribui kits de higiene e colchões. Técnicos estão atuando nos bairros de Acari, Irajá, Quintino, Campo Grande, Praça Seca, Guaratiba e no IML (Instituto Médico Legal).

A Geo-Rio (Fundação Instituto de Geotécnica do Rio) informou que interditou 18 residências preventivamente na favela de São João Batista, na Praça Seca, em Jacarepaguá, zona oeste. Técnicos estão a caminho de Quintino e Vaz Lobo, onde também ocorreram deslizamentos.

Um geólogo da fundação está em Sampaio para avaliar a situação do túnel Noel Rosa, onde um bloco rochoso deslizou, interditando parte da pista.

Trânsito

De acordo com a Defesa Civil Estadual, às 13h30 foram registrados bolsões de água na avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca (zona oeste), no Aterro do Flamengo (zona sul) e na Rua Frei Caneca, no centro.