Muharram é geralmente marcado por atentados a bomba e confrontos entre a maioria sunita e a minoria xiita
Atentado suicida mata 30
O atentado suicida foi o último de um onda de violência que atinge o Paquistão desde que o Exército começou a prender militantes islâmicos aliados à Al-Qaeda e ao Taleban. Ataques terroristas mataram 500 pessoas desde outubro. Karachi tem sido poupada da violência taleban que atinge a maior parte do Paquistão. Mas a cidade é o cenário de violência sectária, étnica e política.
Extremistas da comunidade majoritariamente sunita consideram os muçulmanos xiitas hereges e os dois grupos estão há tempos envolvidos em assassinatos mútuos no país. Após a explosão desta segunda-feira, os manifestantes atearam fogo a um mercado, a outros dois prédios e a vários veículos. Imagens de televisão mostraram carros de polícia e ambulâncias danificados com as janelas quebradas e portas de abertas à força.
O prefeito de Karachi, Mustafa Kamal, pediu calma. "Eu faço um apelo às pessoas, aos meus irmãos, aos mais velhos, que fiquem calmos. Eu ouvi que as pessoas estão entrando em confronto com a polícia e com os médicos. Por favor, não façam isso. É isso que os terroristas querem que aconteça. Eles querem ver essa cidade ardendo novamente", disse ele.
No hospital Civil, parentes choravam e batiam no peito enquanto os feridos estavam em macas e camas. O ministério informou que o ataque foi realizado por um suicida que detonou seus explosivos no início da procissão. "Essas pessoas são contra a democracia, conta a nossa religião, contra o nosso Paquistão", disse Malik.
O oficial do esquadrão antibombas Munir Sheikh disse que cerca de 16 quilos de explosivos foram usados na bomba. A segurança foi reforçada em todo o Paquistão por causa da Ashura, que é comemorada no décimo dias do mês sagrado de Muharram, mês no qual se comemora a morte do neto do profeta Maomé, ocorrida no século 7.
Comentários