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Internacional
Segunda - 28 de Dezembro de 2009 às 17:15

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O braço da rede terrorista Al Qaeda na península árabe reivindicou a autoria da tentativa de ataque ao voo 253 da Northwest Airlines, que sobrevoava Detroit, nos EUA. a reivindicação contradiz a versão inicial dos investigadores de que o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, 23, agiu sozinho ao tentar explodir o avião no último dia 25.

A autoria foi reivindicada em uma nota publicada em um site islâmico nesta segunda-feira, informou o grupo de monitoramento americano SITE Intelligence, citado pela rede de televisão CNN e pela agência de notícias France Presse.

O comunicado foi divulgado junto com uma foto de Abdulmutallab, descrito pela Al Qaeda na Península Arábica (AQAP) como "nosso irmão nigeriano".

O comunicado diz ainda que Abdulmutallab quebrou todas as barreiras de segurança, destruindo o "grande mito" da inteligência americana, indicou o SITE.

Ele utilizou tecnologia de explosivos desenvolvida por membros da AQAP, segundo a nota, que lamenta uma "falha técnica" que impediu o sucesso da missão de Abdulmutallab.

O Intelcenter, outro grupo americano de monitoramento, também notificou as autoridades sobre o mesmo comunicado.

A tentativa de ataque ocorreu quando Abdulmutallab tentou detonar um poderoso explosivo químico no avião que seguia de Laos, na Nigéria, para Detroit, com escala em Amsterdã. O nigeriano teria embarcado com visto americano válido.

Segundo relata o jornal "Washington Post", que cita autoridades federais, ele teria colado um material na sua perna e então utilizado uma seringa para misturar produtos químicos com um pó, já a bordo do avião.

A mistura, contudo, se incendiou, em vez de explodir, e assim que os passageiros sentiram o cheiro da fumaça e o barulho semelhante a fogos de artifício, um deles rapidamente se jogou em cima do nigeriano, o dominou e isolou.

O avião conseguiu aterrissar de maneira segura, aproximadamente às 13h desta sexta-feira (horário local). O incidente deixou duas pessoas levemente feridas e causou queimaduras de segundo e terceiro graus nas pernas do nigeriano.

Interrogado pelo FBI (polícia federal americana), Abdulmutallab teria confessado seus vínculos informais com a Al Qaeda e que viajou ao Iêmen para pegar o equipamento incendiário e instruções de como utilizá-lo. A versão inicial dos investigadores, contudo, é de que ele agiu sozinho no ato. Eles disseram que teriam que fazer novos interrogatórios para poder confirmar a versão do suspeito.

Abdulmutallab estudava engenharia na University College London até 2008. Depois disso, segundo a família, seu paradeiro é desconhecido. A família relata ainda que ele se aproximou do extremismo nos últimos meses e seu pai, ex-ministro e rico banqueiro da Nigéria, chegou a denunciar o filho para a embaixada americana.

Falha

A tentativa fracassada levou ainda à ampliação das medidas de segurança em voos de todo o mundo com destino aos EUA e a duras críticas sobre a falha na segurança.

O Comitê de Segurança Nacional da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira a convocação, para o próximo mês, de audiência sobre as falhas de segurança que permitiram que um nigeriano embarcasse com material explosivo.

O presidente do Comitê, Joe Lieberman, e a republicana Susan Collins, disseram em comunicado que a audiência, ainda sem data, discutirá as "vulnerabilidades" na segurança que permitiram a Abdulmutallab levar material para fabricar um poderoso explosivo químico.

Os dois deputados questionam ainda porque apenas um pequeno número de passageiros passa pela revisão completa com scanners de corpo interior --o que poderia ter identificado o material levado por Abdulmutallab. Segundo Collins, a audiência avaliará ainda porque o nome de Abdulmutallab consta de uma lista de suspeitos de terrorismo, mas ele pode embarcar para os EUA.

O anúncio da audiência veio pouco depois da secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Janet Napolitano, admitir em entrevista que o sistema destinado a manter seguras as viagens aéreas falhou.

"Aconteceu", disse Napolitano em uma entrevista ao programa Today Show, da rede NBC, quando perguntada se o sistema havia "falhado gravemente." "E é por isso que estamos perguntando --como esse indivíduo entrou no avião? Por que o material explosivo não foi detectado? O que precisamos fazer para mudar as regras da lista de observação da segurança", afirmou ela.

Com France Presse





Fonte: Folha Online

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