Sean deve passar o Natal com o pai em Orlando, nos EUA
O avião que leva o americano David Goldman, que conseguiu a guarda do filho Sean, 9, após uma disputa familiar que durou cinco anos, deve pousar em Orlando, no Estado americano da Flórida, ainda nesta quinta-feira. O voo fretado partiu do Rio por volta das 11h40 de hoje, após a criança ser entregue pela família materna no consulado americano.
Segundo uma afiliada da rede de TV NBC, pai e filho devem ficar na cidade para passar a noite de Natal, e não apenas reabastecer a aeronave. O local não foi revelado.
Um jornal do Estado de Nova Jersey, onde o americano mora, afirma que eles querem fugir do assédio da mídia na casa de David, em Tinton Falls, por isso não vão para lá agora.
O jornal diz também que o representante (deputado federal) republicano Chris Smith, que acompanhou o caso com a família americana, não viajou com eles porque é proibido pela comissão de ética da Câmara de voar em jato fretado --e a comissão não abriu exceção para ele. Mais cedo, Smith criticou a postura da família brasileira de Sean. Segundo ele, o pai ficou assustado ao presenciar o tumulto que marcou a entrada do garoto no consulado americano.
Carta
David Goldman afirmou, por meio de carta divulgada nesta quinta-feira, que a retomada da guarda de seu filho representa um renascimento para sua família. Ele ressaltou que seu amor não tem fronteiras, e que "irá até o fim do mundo para protegê-lo".
"Agora é a hora do nosso recomeço, o renascimento da nossa família em uma época tão especial do ano", destacou. "Estou verdadeiramente grato pelas pessoas maravilhosas que fizeram esforços extraordinários para reunir nossa família com o belo Sean", completou.
Crítica
Após acompanhar a entrega de Sean, o advogado de sua família materna, Sérgio Tostes, criticou a postura do governo brasileiro, que não teria dado o apoio necessário ao caso. Ele criticou duramente o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, por não ter apoiado a família.
"Espero igualdade de tratamento, especialmente do secretário de Defesa dos Direitos Humanos, doutor Paulo Vannuchi, que atuou intensamente, de todas as maneiras, para que o menino fosse devolvido aos Estados Unidos", afirmou.
A assessoria da secretaria foi procurada e informou que não iria se manifestar. A decisão de entregar Sean ao pai americano foi tomada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, que cassou liminar concedida pelo ministro do STF Marco Aurélio de Mello.
Nascido nos EUA, Sean veio ao Brasil em 2004 com a mãe, Bruna Bianchi. Desde então David Goldman tenta levar o filho de volta com base na Convenção de Haia sobre sequestro internacional de crianças. Com a morte de Bruna, em 2008, a batalha judicial passou a ser travada entre o americano e o segundo marido da mãe, o advogado João Paulo Lins e Silva.
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