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Repórter News - reporternews.com.br
Agronegócios
Quarta - 23 de Dezembro de 2009 às 05:04
Por: Marianna Peres

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Antecipando as previsões e driblando o clima chuvoso, sojicultores colocam as colheitadeiras para trabalhar

Pouco mais de 90 dias após o plantio da safra 09/10 de soja, os produtores de Mato Grosso iniciaram a colheita do grão precoce no Estado, mantendo a tradição de ofertar as primeiras toneladas da nova safra brasileira antes da virada do ano.

Os trabalhos ainda restritos às áreas menores estão sendo feitos em dois dos principais produtores da variedade precoce, nos municípios de Lucas do Rio Verde, médio norte estadual, e em Sapezal, oeste do Estado. Em ambas as regiões, sojicultores driblam as chuvas que estão em maior volume neste ano.

A retomada dos trabalhos nos campos superou a expectativas dos próprios sojicultores que acreditavam colher entre o Natal e o ano novo, como também o clima chuvoso sobre o Estado. Em Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao norte de Cuiabá), como informou o engenheiro agrônomo Agmar Lima, as colheitadeiras estão em atividade há cerca de cinco ou seis dias. “Há uma área de 50 hectares colhida, mas o grosso da colheita da precoce será a partir do dia 2 de janeiro”.

Em Sapezal (460 quilômetros ao oeste de Cuiabá) cerca de 2% de uma área de 370 hectares coberta com soja está colhida e os trabalhos foram iniciados na última segunda-feira. O presidente do sindicato rural local e vice-presidente Oeste da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), José Guarino Fernandes, explica que o investimento nas variedades superprecoce e precoce (ambas com ciclo produtivo reduzido em relação à soja tardia) visa à realização de duas safras na mesma temporada. “Na medida em que a soja é extraída, vamos plantando algodão como opção de safrinha. Há quem prefira cultivar o milho como opção de safrinha. Mas o propósito da precoce, além de gerar rotação de cultura, é proporcionar outra safra ao produtor”.

Guarino acredita que até o dia 4 de janeiro de 2010, cerca de 20% da área coberta com as variedades esteja colhida. Os hectares colhidos na região foram semeados ainda na primeira quinzena de setembro deste mesmo ano.

CUSTO - Em uma prévia avaliação do ciclo precoce, Guarino explica que o custo de produção das lavouras na região oscila entre 38 e 40 sacas por hectare cultivado. Essa equação, como lembra o ruralista, incluiu apenas o que chama de custos variáveis, ou seja, os insumos como sementes, fertilizantes, fungicidas, combustível e mão-de-obra. “As variedades têm entre 50 sacas de rendimento por hectare. Somente para pagar a lavoura precisamos de cerca de 40. Restam dez sacas – falando de uma produtividade otimista – para se quitar endividamentos e remunerar a depreciação da terra e do maquinário, por exemplo”,

SAFRA – Enquanto os produtores do nordeste estadual deixaram as plantadeiras há poucos dias, os do médio norte e oeste planejavam a colheita. Apesar do start da safra 09/10 em Mato Grosso, a maior parte dos sojicultores volta às atenções aos tratos culturais, principalmente, monitorando as lavouras contra a ferrugem asiática e outras pragas e doenças comuns neste período de desenvolvimento e floração das lavouras.

Com a evolução dos trabalhos no campo, Mato Grosso segue para quebrar recordes nesta safra de soja, tanto em área, como em produção, mesmo com uma projeção de produtividade 1,66% menor, em relação ao ciclo passado. Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) serão 6,07 milhões de hectares cultivados para uma expectativa de 18,22 milhões de toneladas. Se a superfície por confirmada, o Estado terá sua terceira maior safra em área plantada e a maior e volume.

O médio norte, onde se localiza Lucas do Rio Verde, é a região que concentra o maior volume da sojicultura estadual, 40%, ou 2,41 milhões de hectares. A segunda maior porção está no sudeste que detém 23,5%, ou, 1,41 milhões de hectares. No oeste, onde está Sapezal, foram cultivados 931 milhões de hectares, responsáveis por 15,9% da safra mato-grossense.

As colheitadeiras serão aceleradas a partir do final de janeiro, quando o Estado entra no chamado ‘pico de safra’, período este que se estende até março.





Fonte: Diário de Cuiabá

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