Homem recupera visão com cirurgia inovadora de células-tronco
Turnbull perdeu a maior parte da visão do olho direito em 1994, quando foi atingido no rosto por amônia (composto químico que pode causar danos permanentes nos olhos, além de outros riscos ao corpo humano), enquanto tentava separar uma briga dentro de um ônibus durante a madrugada. O produto químico queimou sua córnea, deixando-o com a visão turva, sensibilidade extrema à luz e dor ao piscar.
Em testes iniciais realizados com oito pacientes com cegueira parcial, todos relataram melhora da visão e redução da dor nos olhos. Se os cientistas obtiverem sucesso em um próximo estudo com 25 pacientes, já iniciado com apoio do Medical Research Council, o procedimento poderá ser usado para restaurar a visão de milhares de pessoas com córneas doentes ou danificadas.
As pesquisas foram conduzidas pelos especialistas Francisco Figueiredo e Ahmad Sajjad. Os pacientes tinham problemas causados por queimaduras químicas e infecções associadas à lentes de contato ou doenças hereditárias.
A técnica é realizada da seguinte forma: os cientistas retiram as células-tronco do olho bom dos voluntários para depois multiplicá-las em laboratório. Em seguida, elas são expandidas sobre uma membrana amniótica humana - o mesmo tecido que sustenta o feto no útero, geralmente utilizado como modelo de bioengenharia. O tecido da córnea danificada dos pacientes é removido cirurgicamente para então ser enxertado o tecido com as células-tronco.
Em uma média de 19 meses após a operação, conforme os especialistas, os pacientes relataram a melhora na qualidade de vida.
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