Denúncia do MPE é recebida na Justiça

A Justiça recebeu denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado contra o maníaco Edson Alves Delfino, por abuso sexual contra um companheiro de cela na Penitenciária Central do Estado (antigo Pascoal Ramos) em novembro. A juíza auxiliar de Entrância Especial, Celia Regina Vidotti, deu um prazo de 10 dias para o preso apresentar defesa.

O crime ocorreu no dia 14 de novembro dentro de uma das celas do raio 5 da Penitenciária - onde ficam os presos considerados de alta periculosidade -, um dia após a Justiça ter confirmado o exame que apontou que o assassino do estudante Kaytto Guilherme do Nascimento Pinto, 10, tinha consciência do que fazia no dia que violentou e matou o menino.

À Polícia, o companheiro de cela, também pedófilo Gilmar Rodrigues Pereira da Rosa, 26, disse ter acordado por volta das 3 horas com o assédio de Delfino. Disse que, embora pedisse que parasse, o maníaco continuava. Diante da reação, Delfino teria sacado uma caneta e colocado contra o pescoço do companheiro, ameaçando matá-lo se negasse manter relação sexual. Já o agressor negou a ameaça e declarou na delegacia que sequer consumou a violência, tendo apenas passado o órgão sexual na vítima.

Na cela onde os dois estavam havia mais 4 presos, todos acusados de crimes sexuais. Ouvidos pela Polícia, nenhum deles relatou luta corporal entre os envolvidos e reagiram ao fato sem sinal de revolta, o que gerou desconfiança da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que determinou a investigação para apurar se a violência seria uma estratégia de Delfino para descaracterizar o resultado do exame e evitar o júri popular pela morte de Kaytto.

Desde a prisão pelo assassinato do menino, Delfino tenta passar uma imagem de "monstro", que não tem consciência sobre seus atos, tanto que a defesa solicitou exame de sanidade mental, cujo resultado deu negativo.