Mato Grosso é o que mais abate no terceiro trimestre
Estado encaminhou aos frigoríficos 1 milhão animais entre julho e setembro, aumento de 13% sobre 2008
Mato Grosso foi o Estado que mais abateu bovinos no terceiro trimestre deste ano. Ao todo, foram destinadas aos frigoríficos 1,108 milhão de cabeças de julho a setembro, o que correspondeu a 15,4% de todo o volume processado no período em todo o país, que somou 7,213 milhões de animais. O segundo maior percentual foi de São Paulo, com 12,2% do total, seguido pelo Mato Grosso do Sul com 10,9%. Na comparação com o volume abatido no Estado no mesmo período do ano passado, quando foram 977,936 mil animais, houve um incremento de 13,3% este ano. Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do país, com pouco mais de 26 milhões de cabeças.
A curva ascendente no processamento de bovinos representa uma recuperação os abates em Mato Grosso, que vinha registrando sérios problemas com o fechamento de frigoríficos desde 2007. O secretário- executivo do Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado (Sindifrigo-MT), Jovenino Borges, explica que o aumento no número de abates é decorrente da reabertura de algumas unidades que, no mesmo período do ano passado, estavam fechadas. "No terceiro trimestre do ano passado tínhamos 15 frigoríficos com as atividades paralisadas. Este ano já foram reabertos 5, aumentando a capacidade de abate estadual".
Os números do abate em Mato Grosso foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (17). Os dados trazem ainda o incremento de 46,1%, a maior variação em percentual, no abate de suínos. De acordo com o instituto, no terceiro trimestre do ano passado foram abatidos 269,244 mil animais, e este ano a quantidade saltou para 393,586 mil. O presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Luiz Antônio Ortolan Salles, explica que esse incremento é motivado pelo abate de suínos do Mato Grosso do Sul, no Estado.
"Tem um frigorífico aqui que está recebendo animais do estado vizinho", diz ao completar que a criação de suínos em território mato-grossense está estagnada e trabalhando com déficit, na relação entre o preço do quilo do suíno (R$ 1,85) e dos custos para essa mesma quantidade produzida (R$ 2,20). Salles diz que a suinocultura está há alguns meses trabalhando no vermelho e que não há boas perspectivas para o ano que vem, já que os preços estão baixos e não há previsão de aumento no consumo interno, fatores que melhorariam a renda dos criadores.
O aumento no número de abates também foi registrado nas aves. De acordo com o IBGE o abate de frangos em Mato Grosso cresceu 19,6%, passando de 33,734 milhões em 2008 para 40,368 milhões este ano. Segundo o presidente da Associação Mato-grossense de Avicultura (Amavi), Aléssio Di Domênico, está elevação está associada principalmente à operação da indústria da Sadia, em Lucas do Rio Verde. Nos Estado existem seis unidades de abate de aves em funcionamento e a maioria apresenta uma leve redução nos abates ao longo dos 9 primeiros meses.
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