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Agronegócios
Segunda - 15 de Julho de 2013 às 20:54

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Há 20 anos, o produtor rural Cyro Abumussi abriu mão da pecuária e dos plantios de café e cana-de-açúcar tradicionais na região de Salto (SP) para plantar 18 variedades de mini-hortaliças (abóboras, cenouras e beterrabas são algumas delas) e 50 tipos de pimentas com o intuito de conquistar consumidores e chefs de cozinha.


 
Desde o mês passado, ele começou a abastecer supermercados e empórios de São Paulo com mais uma novidade: 100 kg de tomate-chocolate por semana. A hortaliça que atinge a tonalidade marrom quando amadurece tem um equilibrado grau de acidez e açúcar. Isso torna o produto mais doce e saboroso.


 
Por isso ele se enquadra na categoria dos tomates gourmet, como o sweeet grape, holandês, cereja, entre outros disponíveis no mercado. O quilo do novo tomate custa R$ 10.


 
Abumussi acredita que a hortaliça cairá no agrado do consumidor que procura por substitutos dos tradicionais tomates de mesa. Segundo especialistas, a principal queixa é a perda do sabor em decorrência de programas de melhoramento genético que priorizaram a resistência a doenças e a durabilidade da hortaliça.


 
O agricultor investe ainda em outras nove variedades que primeiro levam em conta o paladar.



 
O tomate-chocolate da fazenda Vesúvio demorou dois anos para se adaptar às condições da região. A semente trazida de uma feira de hortaliças da Alemanha foi testada ao longo desse período para que fossem controlados as ameças tradicionais a essas plantações, como as doenças causadas por fungos e bactérias.  


 
Por isso o plantio instalado em uma área de um hectare é feito em estufas para que a  temperatura e a umidade estejam sob controle. Segundo Cyro Abumussi, o difícil foi acertar a adubação, indispensável para o desenvolvimento da hortaliça. Essa etapa varia conforme cada fase da planta: muda, florada (surgimento das folhas) e o nascimento dos frutos.


 
"A adubação é ainda a parte mais cara do processo. Representa 40% do custo de produção", diz.


 
Embora não haja estimativas formais, a Embrapa Hortaliças avalia que o segmento de tomates gourmet se fortaleceu nos últimos dez anos. Estima-se que o setor responda por 20% da produção nacional de tomates de mesa (aqueles comprados pelo consumidor final, como Débora e Carmem), estimada em 2,2 milhões de toneladas anuais.


 
O Brasil também produz cerca de 1,3 milhão de toneladas de tomates industriais usados na fabricação de molhos. Ao todo, o mercado movimenta cerca de R$ 4,2 bilhões anuais no país.





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