106 municípios do Estado não têm serviços do SUS completos
Na Capital, foram realizados no ano passado cerca de 2,6 mil procedimentos. A segunda cidade em atendimento é Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá) com 59 procedimentos. Ao todo, a pesquisa registrou 2.812 atendimentos de alta complexidade no Estado. O número mostra que 92% foram realizados em Cuiabá. A pesquisa foi baseada no Serviço de Informações Laboratoriais do SUS (Sia/SUS) e é referente ao ano de 2008.
O superintendente de Atenção e Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Paulo Roberto Araújo, explica que o atendimento é realizado conforme as normas do Ministério da Saúde, que determina a criação de 1 centro especializado em alta complexidade para cada 2,4 milhões de habitantes. O problema, conforme o gestor, é que Mato Grosso tem características territoriais diferentes da maioria dos estados dos país. Devido a distância entre municípios, o doente passa a ter dificuldade de chegar até as cidades pólos. Outro problema é a qualidade das estradas, que prejudica a agilidade do transporte.
Na cidade de Rondolândia (1.600 km a noroeste de Cuiabá), a Prefeitura faz a transferência de avião. O secretário de Administração, Jucimar Buss, fala que há na cidade apenas a atenção básica e os pacientes graves são levados para Ji-Paraná (RO) e Cuiabá.
Araújo esclarece que os governos da região Amazônica passam pela mesmas dificuldades e tentam negociar com a União uma forma diferenciada de distribuição de recursos e também das unidades.
Algumas cidades, como as da região do Araguaia e Médio-Norte, buscam atendimento especializado nos estados que fazem divisa, como Goiás, Rondônia e Tocantins. Nestes casos, há um pacto entre os governos para a troca de serviços. Araújo cita como exemplo Tocantins, que recebe pacientes de alta complexidade de Mato Grosso e em troca, os de média complexidade são encaminhados para os hospitais mato-grossenses.
A formação de pólos de saúde, como Rondonópolis, Sinop, segundo o superintendente, é feito em consenso com os municípios de cada região, baseado em critérios populacionais. Os locais com maior recurso recebem os hospitais regionais.
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