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Cidades/Geral
Quarta - 16 de Dezembro de 2009 às 09:02
Por: Caroline Rodrigues

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Cento e seis municípios de Mato Grosso não têm nenhum tipo de atendimento em Alta Complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), que divulgou um trabalho sobre a eficiência dos serviços públicos no Brasil. Entre as cidades que possuem o serviço, nem todas oferecem especialidades e grande parte dos doentes acaba sendo transferida para Cuiabá.

Na Capital, foram realizados no ano passado cerca de 2,6 mil procedimentos. A segunda cidade em atendimento é Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá) com 59 procedimentos. Ao todo, a pesquisa registrou 2.812 atendimentos de alta complexidade no Estado. O número mostra que 92% foram realizados em Cuiabá. A pesquisa foi baseada no Serviço de Informações Laboratoriais do SUS (Sia/SUS) e é referente ao ano de 2008.

O superintendente de Atenção e Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Paulo Roberto Araújo, explica que o atendimento é realizado conforme as normas do Ministério da Saúde, que determina a criação de 1 centro especializado em alta complexidade para cada 2,4 milhões de habitantes. O problema, conforme o gestor, é que Mato Grosso tem características territoriais diferentes da maioria dos estados dos país. Devido a distância entre municípios, o doente passa a ter dificuldade de chegar até as cidades pólos. Outro problema é a qualidade das estradas, que prejudica a agilidade do transporte.

Na cidade de Rondolândia (1.600 km a noroeste de Cuiabá), a Prefeitura faz a transferência de avião. O secretário de Administração, Jucimar Buss, fala que há na cidade apenas a atenção básica e os pacientes graves são levados para Ji-Paraná (RO) e Cuiabá.

Araújo esclarece que os governos da região Amazônica passam pela mesmas dificuldades e tentam negociar com a União uma forma diferenciada de distribuição de recursos e também das unidades.

Algumas cidades, como as da região do Araguaia e Médio-Norte, buscam atendimento especializado nos estados que fazem divisa, como Goiás, Rondônia e Tocantins. Nestes casos, há um pacto entre os governos para a troca de serviços. Araújo cita como exemplo Tocantins, que recebe pacientes de alta complexidade de Mato Grosso e em troca, os de média complexidade são encaminhados para os hospitais mato-grossenses.

A formação de pólos de saúde, como Rondonópolis, Sinop, segundo o superintendente, é feito em consenso com os municípios de cada região, baseado em critérios populacionais. Os locais com maior recurso recebem os hospitais regionais.





Fonte: A Gazeta

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