Saúde Pública: Ipea aponta menos carências em MT
Se no período de ataque intenso da epidemia de dengue as preocupações se voltam para a capacidade do sistema de saúde em atender a população, uma pesquisa divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta Mato Grosso como um dos estados que menos compartilham das carências de profissionais médicos, atendimento de urgência e de internação no Brasil, com três índices que, na região Centro-Oeste, são superados apenas pelos de Mato Grosso do Sul.
A pesquisa “Presença do Estado no Brasil” mapeia a atividade do poder público no território brasileiro de acordo com os serviços de saúde, educação, previdência e assistência social, segurança pública, infra-estrutura, bancos públicos e cultura.
Em relação ao quesito saúde, a pesquisa calculou como pequena a fatia de Mato Grosso no universo de municípios carentes de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nas listas dos estados de acordo com cada deficiência, os números mato-grossenses aparecem sempre nos finais, com números menos preocupantes tanto na proporção do panorama nacional quanto na proporção entre o total de seus municípios.
O primeiro destes números se refere à existência de médicos atendendo pelo SUS: são 428 municípios brasileiros nesta carência, sendo 0,7% mato-grossenses – ou seja, dois municípios apenas. O Rio Grande do Sul encabeça esta lista, com 59 de suas 496 cidades (cerca de 11% delas, contra a proporção de 1,1% em Mato Grosso); já em Goiás são 17 cidades; e nenhuma em Mato Grosso do Sul.
O segundo número calculado é o de municípios brasileiros sem atendimento de urgência, 1.867. Minas Gerais é o estado que mais sofre. Lá, 397 dos 853 municípios, quase a metade, não têm tal estrutura. Aqui, a carência está em 35 dos nossos 181 municípios (pouco menos que 20% do total). Novamente o Mato Grosso do Sul se sai melhor na região, enquadrando apenas 11 de suas 79 cidades.
O quadro é parecido no último ponto avaliado, que é a estrutura para internação. Novamente, Minas está no topo da lista e na pior situação. Aqui, são 43 cidades nesta carência, 36 a mais que no vizinho homônimo ao sul. O superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES) avalia como positivos os indicadores. “Mato Grosso é um os ‘bam-bam-bam’ em saúde a nível de Brasil”, diz Paulo Roberto Araújo, embora discorde do primeiro. “Todos os municípios de Mato Grosso hoje possuem médicos do Programa de Saúde da Família”. Quanto à falta de atendimento de urgência e internação, ele afirma que o panorama é idêntico em todo o Brasil. Como nem todos os municípios têm capacidade para manter as estruturas, cidades vizinhas com tal capacidade são referências.
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