Desempenho do comércio indica forte alta em 2010, diz IBGE
A sexta alta consecutiva nas vendas do comércio varejista em outubro confirma a retomada do setor, mas o crescimento em 2009 ficará abaixo do observado no ano passado. É o que indicam os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) referentes ao período de janeiro a outubro, cujo crescimento acumulado é de 5,1%.
Segundo o coordenador da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), Reinaldo Pereira, mesmo com a expectativa de um bom desempenho nos últimos dois meses de 2009, a expansão do comércio este ano dificilmente vai superar a variação de 9,1% observada em 2008.
A boa notícia é que o crescimento contínuo nos últimos meses indica boas possibilidade de o comércio passar a desenvolver suas vendas, em 2010, em ritmo semelhante ao que era notado em 2007 e 2008, antes da crise econômica.
"Os números mostram, pelo próprio crescimento da economia, é que a partir de agora haverá crescimento mais robusto, mas temos que aguardar para ver se isso se confirma. Dá para esperar ritmo de crescimento semelhante a 2007, 2008, só em 2010. Mas temos que aguardar, não temos bola de cristal", afirmou.
Em outubro, houve alta em todos os oito setores pesquisados na PMC, tanto em relação a setembro, quanto na comparação com igual mês no ano passado. Nesta última relação, foi a primeira vez, desde setembro de 2008, que foram verificadas variações negativas em todos os segmentos.
Reinaldo Pereira atribuiu o bom resultado de outubro aos mesmos fatores que vêm mantendo o comércio em alta, como o aumento da massa salarial do brasileiro e a estabilidade do emprego. Ele ressaltou ainda o efeito positivo do real valorizado sobre as vendas do comércio varejista.
"A valorização do real incentiva as exportações, e aí entram produtos importados mais baratos que competem com os internos, segurando os preços", explicou.
O desempenho do comércio vem sendo puxado pelo setor de hiper e supermercados, que registrou alta de 1,4% frente a setembro, e de 12,2% perante a outubro de 2008. Pereira lembrou que a estabilidade dos preços contribui para o desempenho desse setor.
"De um modo geral, o setor alimentício, que tem um peso muito grande na estrutura da pesquisa, são os primeiros produtos a serem consumidos, são de primeira necessidade. Eles vêm segurando o resultado do varejo", observou.
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