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Agronegócios
Segunda - 14 de Dezembro de 2009 às 12:44

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Mesmo após o término do contrato com o BID, a transferência de tecnologias por meio da incubação de empresas será ampliada

(Brasília, 14 de dezembro de 2009) - Na quinta-feira passada (10/12) foi realizado em Brasília o Workshop Final do Programa de Incubação de Agronegócios da Embrapa quando foi feito um balanço das atividades realizadas e anunciados os planos para os próximos três anos.

O Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Novas Empresas de Base Tecnológica Agropecuária e Transferência de Tecnologia (PROETA) foi iniciado em 2002, por meio de um convênio assinado pela Embrapa com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fundo Multilateral de Investimentos (FUMIM) e terminará no final deste ano. Ao longo da execução do PROETA foram realizadas diversas atividades para criar um modelo de incubação de negócios em que a Embrapa se associa com incubadoras de empresas já existentes e disponibiliza tecnologias, produtos e serviços para que empreendedores criem novas empresas de base tecnológica nos setores agropecuário e agroindustrial. Essas empresas ficam nas incubadoras e delas recebem assistência nas questões ligadas à gestão empresarial, enquanto recebem da Embrapa a assistência em relação à tecnologia ou produto.

A esse respeito, Luciano Schweizer, especialista do BID, que acompanhou a execução do Programa considerou que a Embrapa tomou uma decisão “corajosa” quando estabeleceu que não criaria incubadoras em seus Centros de Pesquisa, tendo preferido a associação com incubadoras já existentes, o que na opinião do especialista é “um dos fatores pelos quais o Programa obteve rápida disseminação e alcançou bons resultados”.

Atualmente, são 33 as incubadoras parceiras, que constituem uma “poderosa rede com atuação nacional”, na concepção de José Manuel Cabral, Chefe Adjunto de Comunicação e Negócios da Embrapa Agroenergia. Ele explicou que por meio dessa rede de incubadoras parceiras, é possível que tecnologias desenvolvidas em qualquer unidade da Embrapa sejam incubadas em qualquer região do país. É o caso da tecnologia do aproveitamento da casca do coco verde, desenvolvida na Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza (CE) e que está sendo utilizada por uma empresa incubada em Santos (SP). Outro exemplo ocorre com a tecnologia de produção de mandioca palito e de mandioca palha, desenvolvida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical em Cruz das Almas (BA) e incubada em Fortaleza (CE). Atualmente são 37 tecnologias, produtos, equipamentos e serviços colocados à disposição de empreendedores que queiram abrir empresas. A relação dos mesmos pode ser consultada no endereço www.embrapa.br/proeta, onde também está a relação de todas as incubadoras parceiras e das empresas incubadas. Dezessete empresas privadas participam do programa, sendo 10 incubadas, 5 pré-incubadas (aguardando o início do processo) e 2 graduadas (que já saíram das incubadoras). Outros 10 empreendedores já foram aprovados nos estágios iniciais de seleção e agora estão aprimorando seus planos de negócios, em conjunto com os pesquisadores da Embrapa e com os gestores das incubadoras.

Lições aprendidas

Foram muitas as lições aprendidas ao longo da execução do PROETA, destacou Antonio Genésio Vasconcelos, analista da Embrapa Agroindústria Tropical. De grande importância foi a visão de negócios que o PROETA estimulou nas equipes de pesquisa. O Programa mostrou que a aplicação prática dos resultados de pesquisa exige participação e compromisso dos pesquisadores e, como enfatizou Genésio, “a inovação só acontece quando os resultados científicos são utilizados na prática e produzem transformações no meio econômico e social”. Outra lição marcante foi a de que a união das competências em pesquisa e desenvolvimento da Embrapa com os conhecimentos em gestão empresarial das incubadoras mostrou-se fundamental para diminuir os riscos inerentes à criação de novos empreendimentos de base tecnológica e tornar mais rápida e efetiva a colocação de novos produtos no mercado.

Visão do pesquisador

Essas lições foram confirmadas pela Ana Cristina Portugal Carvalho, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, que presta assistência a uma empresa, incubada em Fortaleza (CE), produtora de mudas micropropagadas de abacaxi, banana e cana-de-açúcar. Ana Cristina salientou que o contato com a empresa trouxe novas questões para a pesquisa. Contou que não tinha experiência anterior com a cultura da cana-de-açúcar, mas que a demanda empresarial fez com que ela aplicasse os seus conhecimentos e desenvolvesse rapidamente a tecnologia, que já está em uso e pela qual a Embrapa passou a receber “royalties”. Mas não é o dinheiro o mais importante em seu relacionamento com a empresa. Acompanhar a colheita das bananas e dos abacaxis que ela ajudou a multiplicar “não tem preço”, salientou a pesquisadora com um misto de orgulho e satisfação.

O futuro do Programa

A Incubação de Agronegócios da Embrapa não acabará com o término do convênio com o BID. Ao contrário, a transferência de tecnologias via incubação será fortalecida pela execução de um projeto envolvendo todos os Centros de Pesquisa da Embrapa. O projeto, com duração de três anos começando em janeiro próximo, foi anunciado por sua coordenadora, a analista Mariana Magalhães Campos, da Assessoria de Inovação Tecnológica. Essa Unidade localizada na Sede da Embrapa será a responsável pelo projeto e contará com o apoio de Unidades Coordenadoras Regionais: Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA), Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE), Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF), Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora, MG), Embrapa Suínos e Aves (Concórdia, SC). Mariana comunicou que a rede de incubadoras parceiras será grandemente ampliada e que a meta do projeto é colocar mais 45 tecnologias e produtos à disposição da sociedade, para que, pelo menos, mais 30 empresas sejam formadas e incubadas. Também se pretende desenvolver uma metodologia para a valoração das tecnologias para dar bases mais científicas às negociações que são feitas entre a Embrapa e as empresas incubadas. A analista salientou que o sucesso do programa dependerá do estabelecimento de parcerias com a FINEP, CNPq, BNDES e ANPROTEC, para ampliar as possibilidades de apoio às incubadoras parceiras e aos empreendedores. Ela enfatizou que um grande passo já foi dado com o estabelecimento do modelo de transferência de tecnologias via incubação e que agora o grande objetivo é a consolidação desse modelo para, de um lado, transferir tecnologias produtos e serviços gerados ou adaptados pela Embrapa, e do outro, apoiar a disseminação da cultura da inovação e do empreendedorismo interna e externamente à Empresa.

A Diretora Executiva da Embrapa, Tatiana de Abreu Sá, mostrou-se confiante em que a transferência de tecnologia por meio da incubação de agronegócios será ampliada, consolidando o sucesso do PROETA. Desse programa, disse ela, poderão ser extraídas lições valiosas que, aplicadas a outros programas e projetos “farão com que os resultados de pesquisa e desenvolvimento sejam transferidos com maior eficiência, auxiliando a Empresa a cumprir seu papel de viabilizar soluções para a inovação tecnológica”.

Outras Informações e esclarecimentos poderão ser obtidos pelo endereço eletrônico proeta@embrapa.br





Fonte: Da Redação/Embrapa Agroenergia

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