2010: Ano do Pulmão
Sociedades médicas internacionais unem-se para a organização de um grande mutirão em prol da saúde respiratória
O ano de 2010 será muito especial em todo o mundo. Fruto da união de pneumologistas e demais médicos e profissionais ligados à saúde respiratória, o Ano do Pulmão terá entidades médicas do mundo inteiro, entre elas a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), trabalhando pelo objetivo comum de intensificar a difusão de conhecimentos sobre prevenção e cuidados com a saúde respiratória, assim como enfatizando a importância de se diagnosticar e tratar precocemente diversas enfermidades da área.
Por conta disso, a SBPT, fazendo parte ativa das ações do Ano do Pulmão, esteve reunida com entidades como a American Thoracic Society (ATS), European Respiratory Society (ERS) e a American College of Chest Physicians (ACCP) para definir estratégias a serem seguidas no Brasil na conscientização da comunidade sobre doenças como asma, pneumonia, enfisema pulmonar, fibrose cística, tuberculose, entre muitas outras, além de seu manejo.
“Durante os 365 dias de 2010, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, aliada a instituições médicas do mundo inteiro, promoverá e incentivará diversas atividades, campanhas de educação e serviços para a população. Também destacaremos os efeitos maléficos do tabagismo e os caminhos possíveis para o abandono do vício”, afirma dra. Jussara Fiterman, presidente da SBPT, que participou das reuniões com outras Sociedades nos Estados Unidos e Europa.
Estes alertas não devem terminar em um ano, ao contrário. A presidente da SBPT adianta que o mais importante será que as informações transmitidas durante o ano sejam duradouras. “O Ano do Pulmão será apenas o início de uma nova era em que a população estará muito mais informada e atenta à sua saúde respiratória”.
Os médicos também querem disseminar a importância de se procurar um pneumologista em caso de dúvidas ou suspeitas de qualquer distúrbio respiratório. “As pessoas precisam saber a quem recorrer em caso de dúvidas, de problemas, e também devem ser orientadas sobre os benefícios de seguir corretamente as recomendações médicas, realizando os exames solicitados e retornando para novas avaliações sempre que solicitado”, afirma dr. Fernando Lundgren, diretor de divulgação da SBPT.
Cuide de seu pulmão e respire aliviado!
As doenças respiratórias no Brasil são um grave problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem no mundo cerca de 300 milhões de asmáticos, 210 milhões de pessoas acometidas pela DPOC e 100 milhões sofrem de distúrbio respiratório do sono. Além disso, a cada ano, 8 mil novos casos de tuberculose são registrados no Brasil, um dos países recordistas em casos da doença.
A incidência de doenças alérgicas respiratórias, como rinite e asma, também vem aumentando gradativamente. Nos últimos 20 anos, segundo o Ministério da Saúde, este aumento atingiu 40% em alguns países. No Brasil, por exemplo, são em média oito mortes por dia por complicações relacionadas à asma, ou 2.500 óbitos ao ano.
A asma, representa um dos maiores gastos do Sistema Único de Saúde (SUS), superior, inclusive, à Aids. Dados do SUS revelam que são mais de 367 mil autorizações de internações hospitalar (AIH) ao ano decorrentes de asma. Somadas, asma, pneumonia e DPOC representam 12% de todas as AIHs no país, ou gastos superiores a R$ 600 milhões de reais por ano aos cofres públicos.
Doenças respiratórias em números
• A mortalidade por distúrbios respiratórios é maior causa de óbito nas crianças menores de um ano e nos adultos com idade superior a sessenta anos.
• A DPOC é a quinta doença mais letal do Brasil, atingindo cerca de 6 milhões de pessoas. Mata, ao ano, cerca de 30 mil, ou três vitimas fatais a cada hora
• O Brasil é o 8º país no mundo em prevalência de asma, aproximadamente 20% dos brasileiros têm ou já tiveram algum sinal. O problema é a terceira causa de hospitalização pelo Sistema Único de Saúde.
• A campeã em atendimentos pelo SUS é a pneumonia, com 900 mil casos por ano
• Doenças respiratórias são a segunda maior causa de Internações hospitalares, atrás apenas das gestações e partos.
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