Advogado é acusado de xingar de ‘preto’
O advogado José Luiz de Carvalho Júnior, de 27 anos, foi preso em flagrante pelo crime de injúria caracterizada por elemento que envolva raça, cor ou religião. Ele é acusado de xingar um funcionário do Pantanal Shopping de “preto, macaco”, após uma discussão envolvendo problemas na chancela da saída do centro comercial. O fato ocorreu anteontem, por volta das 21 horas, no momento em que ele tentava sair com sua picape Sportage, em companhia da namorada.
José Luiz é filho do desembargador José Luiz de Carvalho. Ele é o mesmo advogado que foi baleado nas costas há cerca de 20 dias, após ser perseguido por policiais militares que atiraram em seu veículo. Ele foi submetido a uma intervenção cirúrgica e teve que colocar um pino de metal nas costas.
“Por causa disso, ele estava sentindo muita dor e resolveu ir embora para se medicar. Ele estava de carro e com a namorada. Então, houve esse problema com o tíquete na saída”, explicou um amigo do advogado.
Conforme o relato de testemunhas, o tíquete estava molhado e a máquina não o aceitou. O casal, então ouviu a gravação: “operação inválida. Favor retornar e pagar pelo estacionamento”. Ao lado da chancela havia um funcionário do shopping que o orientou a procurar o balcão de pagamento para substituir o tíquete.
Não se sabe o que ocorreu de fato, mas, irritado, o advogado teria discutido com o funcionário e falado alguns palavrões. O funcionário teria ouvido as palavras “preto, macaco”. Ao lado estava uma colega dele. O advogado, por sua vez, disse ter dito palavrões, mas jamais em cunho de racismo.
A partir daí, os funcionários acionaram policiais militares que fazem rondas pelo shopping. Ao analisar os relatos, os PMs encaminharam todos para a Delegacia do Complexo do Planalto, onde o advogado foi autuado em flagrante. “Até então, não sabíamos que a pessoa em questão era o advogado filho do desembargador que foi baleado por policiais militares há algumas semanas”, explicou um policial plantonista.
O delegado plantonista Celso Gomes informou que o crime foi caracterizado pelo relato da testemunha. Racismo é um crime que prevê uma pena de um a três anos e não é afiançável na delegacia. Os advogados conseguiram, na manhã de ontem, a liberdade provisória de José Luiz, que teve a visita de diversas pessoas na delegacia, inclusive a de seu pai.
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