Área plantada será maior em Mato Grosso, afirma Ampa
Ao contrário das estimadas anunciadas esta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que prevê novamente retração de até 7% para área plantada do algodão no Estado nesta nova safra, o presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Gilson Ferrúcio Pinesso, aposta em expansão e a superfície pode agregar até 40 mil hectares a mais, em comparação com a safra anterior, 08/09. O Estado é o maior produtor nacional da fibra.
Ele crê em uma temporada melhor. Essa recuperação está baseada no algodão adensado que deve atingir uma parte da área perdida nas safras anteriores. Pinesso estima que o incremento deverá ser de 30 mil a 40 mil hectares.
Se confirmada a estimativa da entidade, a cultura passará os 400 mil hectares plantados na safra 09/10, contra 387,4 mil hectares cultivados, segundo a Conab no ciclo anterior. Aliás, conforme a Conab ainda, as projeções apontam para uma área de 360,3 mil hectares e produção de 558,6 mil toneladas de pluma, contra 614,2 mil t extraídas na safra 08/09, uma queda de 9,1%.
O presidente da entidade destacou como fator positivo ao setor nesta nova temporada, a queda no custo de produção, com redução de preços dos fertilizantes e químicos. “Isso é importante e animador, como também a boa reação dos preços na bolsa de Nova York (NYCE)”, frisou, lembrando que a continuação da política de apoio do governo federal à produção de algodão é fundamental aos produtores.
Gilson Pinesso assinalou também como promissor na safra o plantio de soja feito mais cedo, dentro da época recomendada, e ocorreu de forma normal. “Agora, teremos um plantio de algodão mais cedo e muito bom e, consequentemente, com a condução que daremos, e produtividade considerável e de excelente qualidade”, assegurou.
BALANÇO - Sobre 2009, Pinesso considerou o ano como satisfatório à atividade principalmente em relação à produção, apesar do cenário de crise econômica mundial. “Nossa produtividade foi considerável e atingimos 267 arrobas por hectare”, lembrando que, “infelizmente, foi uma época de preço baixo à matéria-prima”.
Ele diz que agora, no fim de ano, o preço deu uma reagida e acredita que o produtor não deve contabilizar lucro. “É por isso que a área plantada no Estado tem reduzido sistematicamente nos últimos dois anos”, justificou.
ADENSADO - Sobre o adensado, o presidente da Ampa disse que a tecnologia é uma nova opção, uma janela que se abriu para o produtor, principalmente em função do clima no Estado. “Esse algodão vem para ampliar a janela, porque antes o plantio era até 20 de janeiro e agora vai até 20 de fevereiro. Isso nos dá tranquilidade em saber que lá na frente vamos ter uma produtividade boa, uma vez que plantar no sistema convencional depois do dia 15 de janeiro provoca certa temerosidade”.
Segundo Gilson Pinesso, além de menor custo de produção, o adensado também é interessante devido à redução de tempo em que a lavoura fica exposta. Na maioria dos casos a colheita é realizada até 150 dias da semeadura. No convencional, a colheita é feita entre 180 e 210 dias após o plantio.
Para Pinesso, mesmo com melhores perspectivas, o produtor tem de trabalhar com muito cuidado e procurando alcançar o máximo de produtividade para superar obstáculos. “O cotonicultor deve estar sempre em sintonia com a associação para que, juntos, possamos sensibilizar o governo e mostrar que o algodão é um excelente negócio para o país”, sinalizou, completando que o algodão, na cadeia de produção, é o segundo setor que mais emprega no Brasil.
EXPORTAÇÕES - O presidente da Ampa afirmou que a exportação de algodão continua firme com vários contratos celebrados em anos anteriores e ano passado. “São contratos que têm de ser cumpridos”, enfatizou. Na avaliação dele, as exportações, principalmente para países asiáticos, devem continuar justamente porque o Brasil conquistou uma grande fatia no mercado internacional com algodão de extraordinária qualidade e reconhecido no mundo.
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