Vendas de Natal não aqueceram comércio
O movimento no comércio do centro de Cuiabá ainda é considerado "morno" pelos lojistas. A exatos 15 dias do Natal, uma das melhores datas do ano para o setor varejista, há poucas pessoas nas lojas e, principalmente, nas ruas do centro com sacolas nas mãos. "Já era para estar cheio de gente, não está nem parecendo Natal", disse Celi Camargo, vendedora da loja Gatos & Atos na rua Galdino Pimentel. Segundo ela, a expectativa está no já conhecido e velho hábito do brasileiro de deixar para fazer as compras natalinas na última hora. "Acreditamos que a partir do dia 15 ou 20 o movimento aumente e que seja melhor que o ano passado, fraco por conta de um receio em consumir causado pela crise econômica".
A expectativa também é positiva para o gerente da Mega Modas na 13 de Junho, Estoelson Nascimento de Oliveira. A loja é recente, foi aberta há seis meses, mas o gerente conhece bem o movimento na região porque foi vendedor por muitos anos. "Por enquanto está fraco. Os servidores públicos já receberam o pagamento assim como o 13º salário, devia estar melhor. Mas acreditamos que até o dia 20 a situação melhore".
Paulo Salem, presidente da Associação dos Lojistas do Centro Histórico de Cuiabá (Achicba) concorda que o movimento de consumidores ainda está fraco para esta época do ano. "O Natal ainda não começou. Não temos mais aquele Natal de 30, 40 dias de vendas intensas, agora elas começam a acontecer faltando uma semana para a data festiva". A explicação, segundo Salem, está na descentralização do comércio varejista. "Antigamente vinha gente inclusive do interior do estado fazer compras em Cuiabá nesta época. Hoje, além do crescimento destas cidades, há o comércio nos bairros, que é muito forte, e os shopping centers com premiações atrativas, facilidades e infraestrutura que atraem o consumidor. A concorrência é grande";
Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) o aumento sazonal da demanda no final do ano chegou a 25%, percentual que poderá se repetir em 2009. Já de acordo com Salem, que também é comerciante, a expectativa de vendas no Natal 2009 está em superar em 10% os índices do ano passado. "Se chegarmos a isso já vou considerar muito bom". Ele faz uma ressalva aos lojistas que já estão desanimados porque as vendas estão demorando a acontecer. "Temos que ter expectativas dentro da nossa realidade. A economia está estagnada como um todo no país e hoje em dia as margens de lucros são menores, mas existem. É preciso aprender a conviver com números pequenos e isso significa estar preparado, não desistir no primeiro dia de movimento fraco".
Para Eva Acássia, gerente da loja Anita Calçados da 13 de Junho, considerando um ano bom em vendas, a expectativa é superar o movimento em até 40% em relação ao Natal de 2008. "Vendemos bem durante todos os meses do ano e as pessoas vão aparecer no centro, não há porque se preocupar. É que elas deixam a compra de presentes para a última hora".
Horário - Até o dia 23 de dezembro as lojas do centro da Capital estarão abertas até às 22h e, no dia 24, até às 20h. O horário especial foi estabelecido pela CDL para atender aqueles consumidores que não têm tempo de ir às compras no horário convencional. A medida, no entanto, desperta opiniões diferentes. "A maioria das lojas tem fechado as portas, no máximo às 19h. Ninguém fica aberto até tão tarde, tanto por conta do movimento fraco quanto por causa da falta de segurança", disse Celi Camargo da Gatos & Atos.
Paulo Salem explica que as lojas menores têm fechado as portas mais cedo mas as maiores, e principalmente aquelas concentradas na 13 de Junho, ficam abertas até mais tarde. "Na média a maioria atende o horário estendido e está satisfeita", frisou. A Achicba engloba o comércio do quadrilátero formado pelas avenidas da prainha, Isaac Povoas, Mato Grosso e rua Barão de Melgaço. São cerca de 730 lojas no local e entorno.
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