Chuva mata 6, alaga 70 pontos e trava SP
Elas foram vítimas de soterramento, devido a deslizamentos de terra nos municípios de Santana do Parnaíba (quatro mortos) e Itaquaquecetuba (um) e no bairro de Sapopemba (um), na Zona Leste da capital paulista.
O volume de chuvas desta terça (64 mm entre 0h e 7h) foi o maior registrado em São Paulo em um único dia desde 25 de novembro de 2009 (64,7 mm em um período de 24 horas), segundo o engenheiro Hassan Barakat, do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da prefeitura.
No início da tarde, a chuva deu trégua e começaram a ser liberadas as pistas interditadas das marginais, depois do transbordamento, pela manhã, dos rios Tietê e Pinheiros.
Os congestionamentos atingiram mais de 100 km, e cerca de 70 pontos de alagamento se formaram em São Paulo. O prefeito Gilberto Kassab informou que serão suspensas as multas do rodízio de veículos emitidas na manhã desta terça (8).
O transbordamento dos rios Tietê e Pinheiros bloqueou partes das pistas das marginais, que, em alguns trechos, ficaram totalmente debaixo d'água. Os dois rios tinham transbordado pela última vez havia três meses. Para escapar da interdição da pista expressa da marginal, um caminhão chegou a circular na contramão.
Em toda a cidade, formaram-se dezenas de pontos de alagamento. Pessoas ficaram retidas, sem conseguir chegar em casa ou ao trabalho. O Terminal Rodoviário do Tietê chegou a suspender as saídas de ônibus e a venda de passagens.
Entre 11h e 12h, as vendas no comércio caíram 15%, segundo informou a Associação Comercial. De acordo com a Eletropaulo, houve falta de luz em trechos dos bairros da Lapa e Água Branca, na Zona Oeste da capital.
Uma das regiões mais afetadas foi a Zona Norte, onde um imóvel sofreu princípio de incêndio, o aeroporto do Campo de Marte ficou alagado e carros da polícia ficaram parcialmente submersos. Uma grávida teve de ser resgatada por um helicóptero da polícia porque entrou em trabalho de parto no interior de um carro 'ilhado' na Avenida Zaki Narchi.
O prefeito Gilberto Kassab atribuiu a situação da cidade ao "volume [de chuva] muito acima do normal”. Apesar dos alagamentos, ele afirmou que bueiros estavam limpos e piscinões tiveram comportamento "muito bom".
O prefeito afirmou que bombas adicionais devem entrar em operação para fazer escoar mais rapidamente a água acumulada.
Em entrevista à Rádio CBN, a secretária de Saneamento e Energia de São Paulo, Dilma Pena, disse que o transbordamento do Rio Tietê ocorreu por causa da quantidade excessiva de chuva. “Foi muita chuva concentrada em um período curto e em uma semana que já era de muita chuva”, afirmou a secretária. “Não foi deficiência, mas um evento acima da média.”
Alagamentos
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrava cerca de 70 pontos de alagamento na cidade após 13 horas de chuva forte. De todos os pontos de alagamento, 26 eram intransitáveis. Destes, 13 eram nas marginais.
Na Marginal Tietê, pela manhã, os motoristas não conseguiam passar no sentido da Rodovia Ayrton Senna na altura das pontes do Tautapé, Piqueri, Jânio Quadros, Bandeiras, Ulisses Guimarães e Velha Fepasa. No sentido da Rodovia Castello Branco, havia interdições nas pontes Jânio Quadros e Velha Fepasa, além da região das pontes Aricanduva e Casa Verde e da Avenida Raimundo Pereira de Magalhães.
Na Marginal Pinheiros, eram dois pontos de alagamento – um no sentido Interlagos, perto da Ponte do Jaguaré, e outro no sentido Castello Branco, em frente ao cadeião de Pinheiros.
Às 9h30, a CET registrou 119 km de congestionamento na cidade, o que representa 14,3% das vias monitoradas, índice superior à média para o horário. A companhia recomenda que os motoristas evitem as marginais.
Dados do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) indicam que choveu na capital paulista, até esta terça, mais de 60% do esperado para todo o mês de dezembro.
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