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Internacional
Terça - 08 de Dezembro de 2009 às 13:40

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Os Estados Unidos, a União Europeia e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) condenaram nesta terça-feira a série de explosões em vários pontos da capital iraquiana, Bagdá, que deixou ao menos 112 mortos. O governo iraquiano acusa a rede terrorista Al Qaeda pelos atentados aparentemente coordenados.

O número de mortos, que na manhã desta terça-feira era de 62, pode aumentar ainda mais. A agência de notícias France Presse, que cita uma fonte do Ministério do Interior, diz que 127 pessoas morreram e outras 448 ficaram feridas.

A Casa Branca condenou "firmemente" os ataques, que colocam em dúvida a capacidade das forças de segurança iraquianas de assumirem a segurança do país em meio a retirada das tropas americanas --que deve ser encerrada em 31 de dezembro de 2011.

"Condenamos firmemente esta violência", disse Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca.

Gibbs minimizou as preocupações com a segurança e disse que, após a definição de uma nova data para as eleições gerais, em 6 de março, o Iraque caminha na direção certa e que "claramente há aqueles que são ameaçados por isso".

A União Europeia (UE) também condenou os ataques, mas adotou um tom mais duro contra as autoridades iraquianas ao pedir que "encarem a situação da segurança e trabalhem por um entorno estável e democrático".

Em comunicado, a Presidência rotativa sueca disse ainda que o objetivos destes ataques é criar instabilidade e por isso pediu que as partes envolvidas encarem de frente o desafio. A UE também expressou suas condolências pelas famílias das vítimas do atentado.

Separadamente, o governo espanhol afirmou que o terrorismo não pode conquistar seu objetivo de desestabilizar o curso do país à normalização institucional e à recuperação de sua soberania.

O comunicado do Ministério de Relações Exteriores relaciona os atentados diretamente à aprovação da nova lei eleitoral após um impasse de meses, que levou à definição da data das eleições gerais para o começo do ano que vem.

"Estes novos atentados, que acontecem imediatamente depois do importante acordo sobre a nova lei eleitoral que deve reagir as eleições gerais no começo de 2010, não podem alcançar seu objetivo de alterar o curso do país", diz o comunicado.

A Otan também condenou os atentados e afirmou que "não pode haver justificativa para este tipo de terrorismo".

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, condenou "firmemente" os ataques, que causaram a morte de "pessoas inocentes" e expressou suas condolências às famílias das vítimas e desejou uma rápida recuperação aos feridos.

Ataque

Autoridades locais afirmam que 112 morreram na série de atentados contra prédios do governo e pontos importantes da capital, um lembrete da violência sectária que ainda vigora no país, apesar da redução drástica na violência desde a chegada das forças americanas, em 2003.

Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques e ainda não há confirmação de que foram coordenados.

Segundo a agência de notícias Efe, no bairro de Dora, na entrada sul de Bagdá, um militante a bordo de um carro-bomba avançou com o veículo contra uma patrulha da polícia, diante do Instituto de Tecnologia, matando 15 pessoas --três policiais e 12 estudantes --e ferindo 23.

Segundo o relato das fontes, o suicida se jogou contra uma patrulha da polícia que circulava por esta zona do sul da capital.

Outro atentado ocorreu perto da sede do Ministério das Finanças no mercado de Al-Shurya, no centro da cidade, lugar para onde o departamento foi transferido depois que, em 19 de agosto, outro atentado atingiu a antiga sede dessa pasta --em uma série de explosões que deixou 87 mortos.

Uma terceira explosão aconteceu perto do Ministério do Interior no bairro de Bab al-Sharqi, também no centro da capital. Outro carro-bomba foi detonado no instituto de Belas Artes, perto do parque de Zawraa, no oeste da capital.

Além disso, um quinto atentado aconteceu junto ao Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais, na rua Palestina.

A primeira explosão aconteceu às 10h25 locais (5h25 no horário de Brasília), segundo a agência de notícias France Presse, e foi seguida minutos depois pelas outras.

As explosões causaram muitos danos materiais nos edifícios e densas nuvens de fumaça que podem ser vistas dos pontos atingidos pela série de explosões, visíveis em alguns casos de vários quilômetros.

A polícia isolou as áreas atingidas e fechou as principais artérias da cidade, tanto para facilitar os trabalhos de retirada de mortos e feridos quanto para prevenir novos incidentes.





Fonte: Folha Online

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