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Cidades/Geral
Domingo - 14 de Julho de 2013 às 17:57
Por: GUSTAVO NASCIMENTO

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Apenas 20% dos pacientes atendidos nos Postos de Saúde da Família (PSF) em Cuiabá são do sexo masculino. O dado realça as informações do Ministério da Saúde que apontam que dois a cada três adultos mortos são homens, em sua maioria por não procurar atendimento médico preventivo. 

De acordo com Werley Peres, médico que atua no Posto de Saúde da Família do bairro Novo Paraíso, a cada 10 pessoas que chegam a unidade, duas são homens. “E da porcentagem, mais da metade ainda é idoso. Jovens e adultos normalmente só vão ao médico em casos de urgência ou emergência. Inclusive é muito mais comum ver jovens nas Upas (Unidades de Pronto-atendimento) do que nos PSF’s”. 

Peres apontou que o preconceito e a falta de tempo da população masculina são os principais fatores que influenciam na baixa procura. “Eu tenho um caso inclusive na família. Meu pai só foi ao médico quando já estava com câncer. Ainda hoje, os homens só nos procuram em ultima instância”. 

Desde 2009 o Ministério da Saúde criou Política Nacional de Saúde do Homem, para tentar melhora a situação. Porém, a procura pelo programa ainda é muito baixa. 

Segundo Marcelo Padilho, responsável técnico pelo Programa em Cuiabá, o homem não chega ao programa através da busca pela prevenção. Ele só vai até a atenção básica quando apresenta um estágio clínico de doença. Segundo ele, foram realizados em Cuiabá 801 exames proctológicos em junho, mas em 90% dos casos os pacientes chegaram com queixas de doenças. 

“É preciso mudar a mentalidade da população, enquanto a mulher realiza o exame preventivo, o homem já vem para internar e isto é muito grave, hoje a expectativa de vida da mulher brasileira é de quase oito anos a mais do que nós, e isto está diretamente ligado a falta de prevenção”, disse. 

Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) em parceria com a Bayer, 44% dos homens nunca passou por uma consulta urologista. 

De acordo com o urologista Newton Flávio Fernandes Tafuri, presidente da SBU, secção Mato Grosso, no estado a situação é até mais temerária que em outros centros pela baixa divulgação das informações. “Muita gente já sabe que após os 45 anos o homem tem que procurar o urologista e se já teve casos de câncer na família, depois dos 40. Porém, o diagnóstico é cultural. Enquanto o homem achar que não precisa ir ao médico, vamos continuar tendo altos índices de mortalidade.” 





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