Médicos transplantam com sucesso rins ‘com câncer’ em pessoas sem a doença
Cirurgiões americanos anunciaram ter tido sucesso em transplantes em que rins que continham tumores cancerígenos foram implantados em pacientes que precisavam do órgão e não tinham a doença.
No experimento realizado na School of Medicine da Universidade de Maryland, na cidade de Baltimore, até o momento cinco pacientes receberam os rins, cujos tumores foram retirados antes dos transplantes.
Nenhum dos receptores dos órgãos desenvolveu câncer e um deles vive há 41 meses com o rim transplantado.
Os médicos dizem ter tido discussões detalhadas com os doadores e receptores dos órgãos a respeito dos tumores para que estivessem conscientes dos riscos envolvidos, inclusive o de reincidência do câncer.
Risco Calculado
No experimento, os rins doentes foram retirados dos doadores, resfriados e levados às salas de cirurgia para os transplantes.
Os médicos então retiraram todos os traços visíveis de câncer - cinco tumores com tamanhos entre 1 cm e 2,3 cm, três deles malignos e dois benignos - antes de implantar os órgãos nos cinco receptores.
Desde as cirurgias, um dos pacientes morreu por causa não associada ao câncer, mas os outros quatro estão bem, acumulando já entre nove e 41 meses de vida após os transplantes.
O chefe da equipe responsável pelo experimento, Michael Phelan, reconheceu que esse tipo de transplante “é polêmico e considerado de alto risco”.
Entretanto, segundo ele, "o estudo traz evidências de que rins de doadores com tumores renais oferecem uma solução secundária, mas possível, para a atual falta de órgãos".
"Esses órgãos podem ser transplantados em receptores com expectativa de vida limitada, que fazem hemodiálise, após a remoção dos tumores."
"O acompanhamento constante dos doadores e dos receptores é imperativo nesses casos", enfatizou Phelan.
O trabalho da equipe americana foi relatado na publicação especializada Journal of the British Association of Urological Surgeons.
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