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Cidades/Geral
Segunda - 07 de Dezembro de 2009 às 13:50
Por: Kelly Martins

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O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) cumpriu na manhã desta segunda-feira, mandados de busca e apreensão em residências de Cuiabá, durante a operação Anarquia, de combate a uma quadrilha internacional que fraudava vistos de trabalho temporário para brasileiros que foram para os Estados Unidos.

A operação é coordenada pelo Ministério Público Federal em cinco estados e visa cumprir 19 mandados de prisão e começou após denúncia do consulado americano. De acordo com o coordenador do Gaeco, procurador Paulo Roberto Jorge do Prado, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos no bairro Coophema.

Doze policiais Militares lotados no Gaeco, em companhia do assistente do diretor de segurança do Consulado Americano de São Paulo, Lélio Henrique Moreira Gama, estiveram nos locais para efetuar as prisões de Márcio de Castro Ferreira, Eliot Lee Ferreira e Sean Michael Michele. A investigação contou com a supervisão direta dos promotores de Justiça Sérgio Silva da Costa e Arnaldo Justino da Silva.

“Essas pessoas passam constantemente por Mato Grosso, mas hoje não estavam em Cuiabá. Márcio de Castro Ferreira e Eliot Lee Ferreira foram presos em Uberlândia (MG) e Sean Michael Michele está foragido com a expectativa de ser preso na Flórida onde a operação foi deflagrada simultaneamente ”, informou o coordenador do Gaeco.

Segundo ele, em uma das residências em que foram cumpridos os mandados de busca e apreensão foram apreendidos computadores e vários documentos , entre eles, a cópia de um contrato social da empresa WorkUsa Ltda, que funcionava na Avenida Barão de Melgaço, em Cuiabá. A referida empresa promovia o recrutamento de pessoas de Mato Grosso para os Estados Unidos.

Os proprietários das duas casas, Mário de Castro Ferreira e Mauro de Castro Ferreira, afirmaram, em depoimentos prestados na manhã de hoje ao Gaeco/MT, que emprestaram seus nomes ao irmão, Márcio de Castro Ferreira, para a constituição da WorkUsa, mas desconheciam que as atividades exercidas eram ilegais.

De acordo com as investigações, os responsáveis pelo esquema falsificavam documentos e declarações de imposto de renda com o objetivo de garantir a transferência de pessoas para os EUA. “Nos EUA essas pessoas eram abandonadas pelos agenciadores, vivendo em situações desumanas e irregulares naquele país ”, ressaltou Prado.

NACIONAL

Onze pessoas foram presas em quatro estados brasileiros - São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Os detidos são acusados de formação de quadrilha e estelionato. Há, ainda, indícios de lavagem de dinheiro.

Em nível nacional, calcula-se que pelo menos 4.500 brasileiros foram vítimas do esquema de fraude que prometia colocação no mercado de trabalho americano mediante o pagamento de até 15 mil dólares. A estimativa é que o grupo tenha arrecadado 90 milhões de reais em 7 anos, em um dos maiores casos de fraude de vistos da história dos EUA. O crime também foi detectado em países como Rússia, República Dominicana, Filipinas, Romênia e Emirados Árabes, mas a fraude nesses países não foi alvo desta investigação.

A apuração começou em 2003 quando o setor anti-fraude do Consulado dos EUA em São Paulo detectou irregularidades. Em 2008, o consulado acionou o Ministério Público de São Paulo (MP), que passou a coordenar a investigação. No mesmo ano foi criada uma força-tarefa composta pela Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo, Ministério Público, Poder Judiciário, Consulado dos EUA, Receita Federal e Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo, para trabalhar no caso.

O Ministério Público formulou pedido de infiltração de agente, de quebras de sigilo bancário e fiscal, de interceptações telefônicas e de cooperação jurídica internacional e processou essas informações através de análises bancárias e oitivas de testemunhas. As atividades jurídicas do MP culminaram com o oferecimento de denúncia criminal, que tornou os alvos réus em ação judicial, com decreto de prisão preventiva, expedição de mandados de busca e apreensão e bloqueio de bens.

(Com informações da assessoria do MP/MT)





Fonte: Olhar Direto

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