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Economia
Segunda - 07 de Dezembro de 2009 às 07:10
Por: Leandro Modé

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Há dez dias, o Banco do Brasil (BB) enviou ao mercado um comunicado que era esperado por analistas havia algum tempo. Informava, na ocasião, que estuda fazer uma emissão de ações para ampliar a quantidade de papéis em circulação, atendendo a uma exigência da BM&FBovespa. Na realidade, porém, a captação tem outro objetivo ainda mais urgente: permitir que o BB mantenha o ritmo de concessão de empréstimos, que se acelerou com a crise.

Existe um indicador mundial que define quanto um banco pode emprestar em relação a seu patrimônio. É o chamado Índice de Basileia. Nos países desenvolvidos, é de 8%. No Brasil, de 11%. No caso brasileiro, significa que, para cada R$ 1 de patrimônio, a instituição financeira pode conceder no máximo R$ 9 em crédito. Ao final do terceiro trimestre, o BB tinha um Basileia de 13%, o menor entre os principais bancos brasileiros -no Itaú Unibanco, era de 16,3% e no Bradesco, 17,7%. Isso significa que o BB precisa ampliar o patrimônio para poder emprestar mais, sem correr risco de ter o Basileia encostando em 11%.

O banco já fez recentemente duas captações com esse objetivo, uma no mercado interno (por meio da chamada dívida subordinada) e outra no mercado internacional (por um instrumento conhecido como bônus perpétuo). Incluindo esse dinheiro, o que ainda depende de aprovação do Banco Central (BC) e não tem prazo para ocorrer, o Basileia vai a 13,9%.

Apesar da pequena folga obtida com as operações, a analista de instituições financeiras Laura Lyra Shuch considera a situação preocupante. "Ainda bem que o banco já está tomando providências". O analista Luís Miguel Santacreu fez as contas e concluiu que, se o BB mantiver nos próximos meses o ritmo de concessão de empréstimos que adotou em 2009, o Índice de Basileia chegaria ao mínimo exigido pelo BC (11%) entre o primeiro e o segundo trimestre de 2010.





Fonte: AE

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