Técnicos de Brasil e Portugal enaltecem suas raízes antes da Copa
Isso porque, além dos 11 jogadores que Dunga vai escalar, Portugal, pelo cenário atual, terá três jogadores nascidos no Brasil --o zagueiro Pepe, o meia Deco e o atacante Liédson, hoje titulares absolutos do time do técnico Carlos Queiroz.
"Vamos jogar contra o Brasil. Vai ser Brasil A contra o Brasil B"', brincou Dunga.
Seu colega de profissão e rival em Durban respondeu. "Se é assim, vários dos jogadores brasileiros são netos ou bisnetos de portugueses. Então vai ser Brasil A, B, C e D", falou Queiroz, que substituiu Luiz Felipe Scolari no comando de Portugal sem os mesmos resultados do brasileiro --sua equipe só se classificou para a Copa da África do Sul na repescagem.
Queiroz evocou o passado para dizer que Portugal pode, sim, vencer o Brasil. "Gostei da nossa chave. Vai lembrar 1966, de boa memória para os portugueses". Ele se referia ao Mundial da Inglaterra, quando seu país, no único confronto com os brasileiros por Copas, venceu por 3 a 1. Aquela Copa também teve a única participação da Coreia do Norte na fase final de Mundiais até hoje.
O português afirmou também que o confronto entre os dois países de mesma língua só vai enriquecer a Copa. "Será um jogo competitivo, mas o que vai trazer mais espetáculo", disse o técnico, que evitou classificar a partida entre as equipes como duelo individual entre Cristiano Ronaldo e Kaká.
Ao lado de onde Queiroz falava, estavam os técnicos de Suíça e Espanha, que podem ser o rival do Brasil nas oitavas de final. Mas nenhum quis falar dessa possibilidade antes do desfecho da primeira fase.
O técnico da Costa do Marfim, o bósnio Vahid Halilhodzic, foi outro que não apareceu para a entrevista obrigatória.
Já o principal jogador da seleção africana, Drogba, havia dito no início da semana que não gostaria de pegar o Brasil logo na fase de grupos. Em 2006, os africanos foram eliminados na primeira fase em um grupo que tinha Argentina, Sérvia e Montenegro e Holanda.
Ter pela frente na primeira fase Portugal e Costa do Marfim agradou Ricardo Teixeira, o presidente da CBF. Rivais mais duros, na avaliação do cartola, podem ser um diferencial em relação ao Mundial de 2006, quando o Brasil teve testes frágeis na primeira fase (Croácia, Austrália e Japão) e acabou eliminado nas quartas de final.
Teixeira ainda celebrou o fato de o Brasil ter caído numa chave com caminho até o final que concentra os jogos do time em Johannesburgo. O cartola, junto com a comissão técnica, deve anunciar onde o Brasil vai treinar na África até o final do ano.
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