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Domingo - 14 de Julho de 2013 às 12:43
Por: DÉBORA SIQUEIRA

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O aposentado Marçal Nacano, 79 anos, morreu após sofrer, durante dias, as consequências de um traumatismo craniano, resultante de um atropelamento que sofreu, em Várzea Grande, na tarde do dia 28 de junho passado. 



 
Ele atravessava um passagem de semáforo, em companhia da filha Fátima Maria Nacano, quando foi atingido por uma moto e, em seguida, levado às pressas ao Pronto-Socorro Municipal da cidade. Contudo, a mulher estranhou que, apesar da idade avançada, ele foi liberado da unidade, após fazer raio X da cabeça e do braço.



 
Ao descer do táxi, em casa, o homem voltou a se queixar de dores e novamente foi levado ao Pronto-Socorro. Mas, novamente foi liberado da unidade. 



 
No domingo (30), Marçal passou mal de novo e a filha o levou PS, onde ele ficou internado por cinco dias, mas ainda sentindo dores. 



 
A filha decidiu, então, levar o pai para um hospital particular e pediu a realização de novos exames. Segundo ela, foi constatado que ele tinha traumatismo craniano. 



 
Para obter uma segunda opinião, ela pagou novamente uma consulta com neurologista e foi constatada a fratura no crânio. 


 
Ambos os médicos alertaram Fátima sobre a necessidade de urgência na internação do pai. “Os médicos disseram que, a qualquer momento, ele poderia entrar em coma”, contou Fátima ao MidiaNews. 


 
Ao chegar em casa, o idoso voltou a se sentir mal e o Samu foi novamente acionado.


 
“De novo, levaram meu pai no Pronto-Socorro de Várzea Grande e ele voltou a ser internado. Ele foi colocado em uma maca, com rodas, ele sentia muita dor e chutava a parede, rodando a maca. Resolvi colocá-lo no chão porque já não tinha forças para controlá-lo”, disse. 


 
Segundo Fátima, uma das funcionárias da enfermagem se recusou a medicar o idoso no chão, mesmo com as justificativas da filha. 


 
Depois que ela avisou um canal de TV e o vereador Pery Taborelli (PV), o idoso foi colocado em uma cama.


 
No dia 7 de julho, Marçal parou de urinar e, no dia seguinte, sua barriga começou a inchar. "Parece que eu levei meu pai para o matadouro. Deveria ter conhecido um pouco mais o hospital. Levei meu pai para a morte. Nunca precisei do Pronto-Socorro de Várzea Grande e tenho até medo de precisar de lá "


 
“No dia em que ele morreu começou a vomitar um negócio preto (sangue venoso). Ninguém falou o que era. Depois que chamaram o médico, me disseram que ele morreu”, contou a filha. 


 
Fátima está inconformada com a forma como o pai morreu e disse que se sente culpada. 


 
“Parece que eu levei meu pai para o matadouro. Deveria ter conhecido um pouco mais o hospital. Levei meu pai para a morte. Nunca precisei do Pronto-Socorro de Várzea Grande e tenho até medo de precisar de lá”, disse, aos prantos.


 
O vereador Taborelli participou do funeral da vítima anteontem (11) e disse que é desumano o Sistema de Saúde que é fornecido hoje para população de Várzea Grande. 


 
“Eu imagino que esse seja apenas mais um caso, pois esse chegou ao nosso conhecimento. E os que não chegam? Agora, fico pensando quantas mais vítimas terão que aparecer para ser tomada alguma providência”, disse.


 
O vereador disse que vai denunciar o caso no Ministério Público Estadual.



Outro lado


 
O diretor do Pronto-Socorro de Várzea Grande, Renato Tertilla, disse ao MidiaNews que não iria comentar o assunto.





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