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Cidades/Geral
Quinta - 03 de Dezembro de 2009 às 12:41
Por: Matheus Guimarãe

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A cidade de Alto Paraguai tem algo a mais para se orgulhar. Digamos que ela tem uma cidadã honorária. A professora da escola Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo une metodologia científica, cidadania, ecologia, a sociedade local em torno de um objetivo comum, a preservação das espécies nativas frutíferas da região. O nome dessa cidadã já é conhecida pela vitória dela e de seus alunos no Projeto Agrinho, Aparecida de Almeida Amorin. Seu projeto foi o primeiríssimo lugar concorrendo no quesito “Experiência pedagógica”. O entusiasmo e a entrega da professora ao projeto foram totais e contagiou a nossa equipe ao visitá-la em sua residência em Alto Paraguai.

Já no ano passado a equipe da professora foi a quinta colocada, segundo ela, já ficaria contente. A professora fez um grande caminho para se tornar a campeã dos projetos. Segundo ela tudo começou sem respaldo acadêmico. A professora fez faculdade e aprendeu a registrar cientificamente os resultados e aprendeu a se utilizar de uma metodologia notadamente nova: metodologia de interação que não mais julga o aluno como uma “tabula rasa”, antiga concepção de pedagogia que considerava o conhecimento algo a ser transportado de um professor depositário privilegiado do conhecimento para um aluno “vazio” prestar a receber o conhecimento de cima para baixo.

Segundo ela, ultrapassar a metodologia clássica foi vital para o sucesso do projeto. Ao entender o aluno como “um ser transformador”, nas palavras dela, houve a possibilidade de envolver os alunos e pais em todas as fases do projeto. O que levou ao envolvimento de todas as famílias dos alunos e até os avós dos alunos.

Com a colaboração dois alunos e dos pais e da comunidade foi possível fazer um preciso levantamento das frutas do cerrado, tão prejudicadas pelas origens no garimpo da região que removeram as matas ciliares e praticamente destruíram as árvores frutíferas da região.

O projeto que começou apenas com uma sala acabou envolvendo outras salas e mesmo professores de outras áreas do conhecimento tornando o projeto um projeto transdisciplinar – um projeto que ultrapassa as barreiras disciplinares e promove a integração dos conhecimentos e remonta as referências locais e religa o homem ao seu habitat natural. Metodologia exatamente oposta à metodologia tradicional que fecha o conhecimento em disciplinas e desliga o homem de seu habitat natural por que impede de ver que tudo está ligado, tudo é um ecossistema. “Tudo o que acontece à Terra acontecerá aos filhos e filhas da Terra” .

Assim, o que era apenas um projeto sobre as árvores frutíferas da região do cerrado topou com as questões globais e de como replantar as mudas originais e manter todo o ecossistema através da proteção das nascentes locais. Projeto modelo!

A prefeitura local se interessou pelo projeto e ajudou com 2000 mudas, mas poderia fazer mais? Se apenas uma professora, pais e alunos puderam fazer tudo isso o que diríamos se o poder público se envolvesse e fizesse a parte evidente que a sociedade espera deles?





Fonte: O Divisor

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