Indústria cresce, mas não volta a nível pré-crise
A produção industrial brasileira registrou um avanço de 2,2% em outubro em relação ao mês anterior, mas ainda não recuperou o patamar anterior à crise econômica, acumulando uma queda de 10,6% nos últimos 12 meses.
De acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física, divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE, a produção industrial do país apresentou uma queda de 3,2% em relação a outubro de 2008 e acumula um recuo de 10,7% entre janeiro e outubro.
Mesmo assim, de acordo com o IBGE, os dados confirmam o "movimento de retomada da atividade produtiva", já que indicam a décima expansão seguida neste tipo de comparação.
Segundo o instituto, apesar de o índice acumulado dos últimos 12 meses ter mantido a trajetória decrescente, o ritmo de queda foi menor que o dos meses anteriores.
Os dados do IBGE indicam que o aumento no ritmo de atividade industrial em outubro foi registrado em 21 dos 27 ramos pesquisados.
A expansão global foi impulsionada principalmente pela produção de veículos automotores, que registrou ganhos da ordem de 11,2% e, após ter sofrido com o impacto da crise no final do ano passado, acumula ganho de 107,1% em relação a dezembro de 2008, ajudada principalmente pela redução do IPI, anunciada pelo governo naquele mês.
Ainda segundo o IBGE, a produção de eletrodomésticos também avançou em relação a outubro de 2008, influenciada principalmente pela 'linha branca', que cresce há seis meses, justamente o período em que a redução do IPI esteve em vigor.
Os destaques negativos em outubro foram os setores de produtos químicos, com retração de 1,9%, equipamentos de instrumentação médico-hospitalar e ópticos (-7,2%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-3,8%).
Para o IBGE, o desempenho da atividade industrial é fruto das desonerações fiscais, da retomada nos investimentos, além da "manutenção do emprego e da massa salarial", que teriam tido "reflexo direto no nível de consumo interno".
Comentários