Oi lidera ranking de reclamações de Procons, seguida pelo Itaú Unibanco
O setor de telecomunicações lidera o ranking de reclamações do consumidor brasileiro. Empresas de aparelho celular, telefonia móvel e fixa, internet e TV por assinatura somam quase 40% das reclamações, aponta o Cadastro Nacional de Reclamações Fundamentadas de 2009, organizado pelo DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), do Ministério da Justiça.
A empresa que lidera o ranking do DPDC é a Oi/Brasil Telecom, com 5.900 reclamações, sendo que 47% das queixas não foram atendidas pela empresa. Dessa forma, a Oi lidera também o ranking das reclamações não-atendidas. No ano passado, a Oi estava na sétima posição.
"A Oi ganhou os dois maiores destaques negativos do cadastro", disse Ricardo Morishita, diretor do DPDC. Além da Oi, o diretor lembrou que a Claro foi também processada em R$ 300 milhões por descumprimento da lei do SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor). As empresas acabaram fazendo um acordo.
O Itaú Unibanco ficou em segundo lugar, com 4.400 reclamações, e 35,8% delas não-atendidas. A empresa Nokia teve 3.600 queixas, a Sony Ericsson teve 3.500 mil e a TIM, 2.400 mil.
Os dados compilados são do período de 1º de setembro de 2008 a 31 de agosto de 2009, dos Procons de 20 Estados e Distrito Federal, mais dados de 18 municípios que compõem o cadastro. No total, foram 714 mil atendimentos registrados pelos Procons.
As cinco empresas que representam 25% das reclamações não-atendidas são: Oi/Brasil Telecom, Itaú Unibanco, Claro, TIM, Sony/Ericsson.
Bancos
O sistema financeiro também preocupa o DPDC. Bancos, financeiras, cartões de loja, cartões de crédito acumulam 21,3% das reclamações totais registradas. O DPDC comemora, contudo, que 85,3% das reclamações resultaram em resolução imediata do problema, apenas 14,7% delas terminaram em instauração de processo administrativo.
"O cadastro é um tremendo remédio para avançar na cidadania. Só não entendemos por que esse quadro se mantém há muito tempo", afirmou Morishita.
Em janeiro sairá relatório analítico do cadastro. O CPDC vai convocar os setores que tiveram mais problema, como o de telecomunicações e financeiro, para cobrar providências. "Não se deve ganhar dinheiro enganando consumidor e abusando de seus direitos", diz Morishita.
Outro lado
A Oi foi procurada pela reportagem por meio de sua assessoria de imprensa, mas até o momento não emitiu comunicado sobre o levantamento.
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