Empresários brasileiros lideram pesquisa global de otimismo
Uma pesquisa encomendada pela consultoria KPMG e realizada em uma amostra de países indica que os empresários brasileiros são os mais confiantes em uma melhora do ambiente de negócios nos próximos 12 meses.
Em uma escala de expectativas que varia -100 (todos pessimistas) a +100 (todos otimistas), na qual zero é considerado ponto neutro, o nível de confiança chegou a +84,6 na indústria e +77,4 no setor de serviços.
Para efeito de comparação, a média dos Bric, o grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China, as principais economias emergentes, foi de +54,1 para a indústria e +51,9 para o setor de serviços.
"Esses números demonstram o quanto o Brasil tomou a dianteira da reconstrução pós-crise", avaliou a KPMG, ao apresentar os resultados do relatório.
"Em grande medida, isto pode ser atribuído ao forte mercado doméstico brasileiro e à sua menor exposição a mercados para exportações que estão em declínio, em relação a outros países em desenvolvimento."
No mundo desenvolvido, os Estados Unidos (+54) e a Grã-Bretanha (+50,4) foram os países nos quais os industriais expressaram maior otimismo.
No Japão esse indicador chegou a (+26,8), que a KPMG considerou como um resultado relativamente positivo para um país enfrentando o prospecto de deflação.
"A pesquisa mostra claramente que quase todos nós já dobramos a esquina em termos de recuperação econômica", disse o porta-voz mundial da KPMG, Alan Buckle.
"Em quase todos os setores e lugares, os líderes empresariais estão esperando melhoras em suas receitas e no ambiente de negócios. Uma forte maioria acha que os negócios estarão melhores em 12 meses que agora, o que é consistente com as projeções de crescimento econômico."
Globalmente, a média do índice de confiança chegou a +42.9 na indústria e +46.5 nos serviços.
Mudança de sentimento
O Panorama de Negócios, de periodicidade trimestral, ouviu em outubro 11 mil empresas nos Estados Unidos, Japão, nos Bric e em países industrializados e emergentes da União Europeia.
O otimismo dos industriais e empresários de serviços brasileiros já havia sido detectado na edição de agosto da mesma pesquisa e foi recentemente confirmado por uma sondagem divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Em janeiro deste ano, a pesquisa tinha revelado um tom especialmente negativo para os industriais brasileiros: o índice daquela medição foi -3, indicando maior pessimismo que otimismo.
Comentando a edição da pesquisa mais recente, o porta-voz da KPMG no Brasil, Oscar Caipo, atribuiu o entusiasmo ao fato de o Brasil ter se tornado credor mundial e ao “fator bem-estar” de saber que o país receberá a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Comentários