Empresário saiu da fase de incerteza para confiança no futuro, diz FGV
O ICI (Índice de Confiança da Indústria) voltou aos níveis pré-crise mundial em novembro e já aponta para uma forte recuperação em 2010, avalia a FGV (Fundação Getúlio Vargas), responsável pela pesquisa. "O ICI já está antecipando a recuperação da indústria nos próximos meses", disse Aloisio Campelo, coordenador de sondagens conjunturais do Ibre-FGV.
O índice chegou a 109,6 pontos neste mês, acima da média histórica (de 100,3), e em alta de 2,4%, ante outubro deste ano, na série com ajuste sazonal. Na comparação com novembro de 2008, e sem ajuste, a elevação foi de 35,1% --a maior desde julho de 2004.
Isso porque, segundo Campelo, neste período no ano passado a confiança da indústria já estava bastante abalada pela crise financeira. Ou seja, o crescimento é forte porque a base de comparação é baixa.
O número de novembro foi puxado pela confiança dos empresários na situação atual dos negócios, que cresceu 4,1% ante outubro, para 111,9 pontos, e na perspectiva para o mercado nos próximos seis meses, que subiu 7,2%, para 155,1 pontos --o maior desde março de 2008 (156,9 pontos).
Das 1.122 empresas consultadas, 57,7% esperam melhora no período, enquanto apenas 2,6% preveem uma piora da situação dos negócios nos seis meses seguintes. Em outubro, estes percentuais haviam sido de 51,7% e 7%, respectivamente.
'Estamos entrando na região de bastante confiança e otimismo com o futuro, ou seja, estamos saindo do cenário em que ainda havia algumas incertezas', afirmou Aloisio Campelo, coordenador de sondagens conjunturais do Ibre-FGV.
Demanda
Segundo Campelo, o que ainda segura uma melhora ainda maior do índice é a expectativa sobre o nível de demanda externa, que caiu de 88,5 pontos em outubro para 87,5 neste mês.
"A demanda externa ainda está rateando. Lá fora, há uma certa preocupação sobre a continuidade da recuperação", disse o economista da FGV, citando que o nível de confiança com a demanda externa ainda está muito atrás do indicador sobre o mercado interno --em 113 pontos.
"No primeiro trimestre de 2010 a gente entra ainda com a demanda interna influenciando mais a recuperação da indústria, com fôlego, crescimento da massa salarial e crédito", afirmou.
De acordo com Campelo, porém, a demanda externa deve começar a se recuperar no segundo trimestre do ano que vem, equilibrando o crescimento da produção.
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