Obama deve abordar fim da missão no Afeganistão, diz "Times"
O presidente americano, Barack Obama, deve abordar o fim do envolvimento dos Estados Unidos no Afeganistão em discurso nesta terça-feira, no qual também deve anunciar o envio de 30 mil soldados adicionais ao país, informou hoje o "New York Times".
Embora o discurso ainda esteja sendo elaborado, fontes do governo informaram ao "Times" que Obama citará no discurso --que ocorrerá na Academia Militar de West Point, no Estado de Nova York, na noite desta terça-feira-- um prazo para o fim da missão militar no país.
"Ele deve ser mais explícito tanto a respeito de ambos os objetivos [envio de tropas e cronograma de retirada]", disseram as fontes, que falaram anonimamente ao "Times". "Ele quer dar indicações claras a respeito da estratégia e de como pretender dar fim à guerra".
De acordo com as fontes, o líder americano pretende descrever como as forças americanas serão retiradas após o envio de tropas adicionais, embora deva deixar claro que a missão ainda durará um certo tempo. A medida teria como objetivo mostrar ao Paquistão que os EUA não irão abandonar a região, deixando um vácuo na segurança da área após o conflito.
No discurso, Obama deve descrever os compromissos do presidente afegão, Hamid Karzai, e metas específicas que seu governo deve almejar: combater a corrupção, destacar forças afegãs bem treinadas e focar no desenvolvimento do país, um dos mais pobres do mundo.
Segundo o "Times", o líder dos EUA deve ser bem menos específico sobre o Paquistão, onde militantes do Taleban comandam operações contra alvos americanos na área da fronteira.
"Não importa quantos soldados forem enviados, se o Paquistão não combater a insurgência, a missão fica comprometida", disse uma das fontes ao "Times" sobre a estratégia. "No entanto, fazer muitas exigências públicas ao Paquistão pode ser um tiro pela culatra", acrescentou.
Reino Unido
Nesta segunda-feira, o premiê britânico, Gordon Brown, confirmou que o Reino Unido irá enviar mais 500 soldados ao Afeganistão para se unirem às forças da Otan no país.
De acordo com fontes citadas pela agência Reuters, o aumento para 9.500 soldados é adequado devido à maior ajuda de outros países e equipamentos adicionais para a missão.
Brown deve anunciar a decisão oficialmente hoje, cumprindo uma promessa feita em outubro.
"O premiê acredita que houve progresso nas últimas semanas", disse um porta-voz.
Além dos 30 mil soldados extras que deve anunciar nesta terça-feira, Obama pediu a países da coalizão que enviem mais 5.000 homens.
Karzai diz que os afegãos poderiam tomar o controle da segurança do país em cinco anos.
No entanto, o país não apresenta resultados concretos contra problemas graves que impedem tal progresso --como a corrupção.
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