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Quinta - 26 de Novembro de 2009 às 12:33
Por: Jardel Arruda/Marcos Coutinho

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Apesar da intensa pressão do Ministério Público Estadual (MPE), da Delegacia Fazendária e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) em coibir crimes de cartelização e os abusos de ordem financeira no setor de distribuição de combustível, muitos postos de Cuiabá estão praticando preço uniforme e abusivo.

O principal alvo da possivel manipulação de preços é o álcool anidro carburante e hidratado. A reportagem do Olhar Direto apurou durante alguns dias uma espécie de reajuste substancial neste combustível. Acréscimo que seria facilmente caracterizado como formação de cartel pelo Ministério Público há algum tempo.

Em vários postos da capital, o preço de venda deste combustível, antes em patamares de R$ 1,08, saltou para R$ 1,28 e hoje está num patamar "mínimo" de R$1,58 por litro, o que significa um aumento substancial. Dos 21 estabelecimentos fotografados pela reportagem, 12 deles (57%) praticam este preço (R$ 1,58).

Enquanto isso, outros sete postos (33%) vendem o álcool a R$ 1,59 por litro, apenas um centavo mais caro que os outros estabelecimentos, e talvez para evitar "o preço combinado", só que lesando ainda mais os clientes. Dessa forma, 90% dos postos consultados estariam praticando preços combinados e com diferença mínima para o consumidor.

O preço da gasolina também aparece semelhante quase na totalidade dos postos consultados. A variação poucas vezes além do patamar de R$ 2,78 e R$ 2,79, o que também pode ser um indício de formação de cartel. Contudo, diferentemente do álcool, não houve um reajuste abrupto neste combustível.

Mato Grosso tem em sua história denúncia de uma Máfia do Combustível, investigada desde 2001 pelo Gaeco, que atua no combate à manipulação de preços e adulteração do produto entregue nos postos para serem vendidos ao consumidor.

Várias operações já foram desencadeadas, nos últimos anos, e prisões foram realizadas, mas a prática de igualar e "combinar"os preços nos postos, pelo visto, ainda é mantida.

De acordo com um empresário do ramo, o aumento do preço seria referente ao período da entressafra da cana-de-açúcar. Além disso, ele afirma que os reajustes foram gradativos e que a uniformidade dos preços é "mera coincidência".

Num passado não muto distante, muitos empresários foram apanhados, em grampos devidamente autorizados, "combinando" preços e grande parte da diretoria do Sindipetróleo de Mato Grosso foi parar atrás das grades. O pior de tudo isso é que, muitos empresários sérios, continuam preocupados com a concorrência desleal e com outros tipos de abusos.

Sob as barbas da incompetência da Agência Nacional de Petróleo (ANP), os maus empresários fazem de tudo um pouco quando o assunto é lesar o cliente. Adulteram combustíveis, lavam dinheiro, usam laranjas como sócios, sonegam e praticam toda sorte de concorrência predatória.





Fonte: Olhar Direto

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