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Cidades/Geral
Sábado - 13 de Julho de 2013 às 06:54
Por: RODRIGO VARGAS

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Coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da UFMT, Naldson Ramos diz que números refletem a falência das políticas p
Coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da UFMT, Naldson Ramos diz que números refletem a falência das políticas p
As mortes por causas violentas reduzem em 18 meses a expectativa de vida dos jovens do sexo masculino em Mato Grosso. 

O custo deste cenário de perdas prematuras - que inclui casos de homicídios, suicídios e acidentes de trânsito- atinge R$ 1,6 bilhão anuais, o equivalente a 2,4% do PIB (a soma dos bens e serviços produzidos) do Estado. 

Os números foram apresentados ontem no Rio de Janeiro pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e fazem parte do estudo "Custo da Juventude Perdida no Brasil". 

Produzido pelo pesquisador Daniel Cerqueira, o trabalho identificou que a redução na expectativa de vida é uma realidade em todos os Estados. 

Em alguns, como é o caso de Alagoas, a situação é considerada "dramática": redução de mais de dois anos na expectativa de vida e custos equivalente a 6% do PIB anual. 

“A taxa de mortalidade é um custo de bem-estar social. É um custo em termos de dor, sofrimento, perda de produtividade, e representa um grande custo econômico", disse Cerqueira, durante a apresentação. 

Segundo o estudo, a taxa de mortalidade de jovens por causas violentas em Mato Grosso é a nona pior do país: 117.9 por cem mil habitantes. 

O Estado foi incluído entre os dez que registraram perdas superiores a 1,5 ano na esperança de vida em razão da violência. São Paulo (0,78), Acre (0,95) e Santa Catarina (0,98) foram os únicos com perdas inferiores a um ano. 

"A cada ano, uma maior proporção de jovens, cada vez mais jovens, é assassinada. São tipicamente pardos, com 4 a 7 anos de estudo, mortos nas vias públicas, por armas de fogo, nos períodos onde há mais interação social", diz o estudo, em um trecho. 

Além dos homicídios, o estudo destacou o aumento significativo das mortes por acidentes de transporte. Desde 2000, a taxa de óbitos entre os jovens saltou 44%, fato justificado no estudo como o resultado do aumento da renda e do acesso ao crédito para a compra de carros e motos. 

FALÊNCIA - Coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o sociólogo Naldson Ramos qualificou os números como o retrato da “falência” das políticas de segurança pública e de inclusão social. 

“Desde 2006, nosso índices de violência não apresentam melhora. E, nos casos de Cuiabá e Várzea Grande, a situação é dramática”, disse. 

Segundo ele, a perda de tantos jovens tem consequências para o futuro do país. “É uma perda social muito grande. A sociedade deposita grande esperança na juventude e ela está morrendo cedo, muitas vezes à bala.” 





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