Número de mortos em massacre nas Filipinas sobe para 57
O número de mortos em um massacre ocorrido na segunda-feira no sul das Filipinas subiu para 57 após a descoberta de 11 corpos nesta quarta-feira.
Entre as vítimas estavam pelo menos 13 jornalistas e a mulher de um influente político local, Ismael Mangudadatu, que viajavam à capital, Manila, para formalizar a candidatura dele para as próximas eleições gerais.
Segundo testemunhas, elas estavam em um comboio quando foram detidas em uma emboscada realizada por homens armados.
Mangudadatu acusou um clã ligado à presidente Gloria Arroyo de estar por trás do massacre. "Tudo foi planejado porque eles já tinham cavado uma vala comum", afirmou.
Arroyo, no entanto, declarou luto oficial nesta quarta-feira e disse que os responsáveis serão levados à Justiça.
Na terça-feira, o governo declarou estado de emergência em duas províncias da ilha de Mindanao para permitir que policiais realizassem uma busca pelos assassinos.
Clã
Ninguém foi formalmente apontado como suspeito, mas a polícia afirma que está investigando um membro do poderoso clã Ampatuan - uma família que ajudou a garantir votos para Arroyo em eleições passadas.
Nenhum membro da família foi encontrado para comentar sobre o caso.
Segundo a organização internacional Repórteres sem Fronteiras, trata-se do maior massacre único de jornalistas já ocorrido.
A entidade de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch se disse preocupada com que o relacionamento próximo entre Arroyo e a família Ampatuan impeça uma investigação imparcial.
Analistas dizem que o clã tem dominado a província de Maguindanao há décadas.
O chefe da família, Andal Ampatuan, foi membro do Congresso filipino e governador da província por vários mandatos, sem enfrentar oposição.
Seu filho estaria planejando se candidatar sem oposição para substituir o pai até que Mangudadatu decidiu também competir pelo posto.
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