China executa dois condenados por contaminação de leite
A China executou nesta terça-feira dois condenados por envolvimento no escândalo da contaminação de leite em pó infantil com melamina, que causou a morte de pelo menos seis crianças e deixou outras 300 mil doentes.
Um dos executados, Geng Jinping, foi condenado por fabricar e vender alimentos tóxicos. Geng era gerente de um centro de produção de leite que fornecia a bebida à gigante estatal Sanlu, principal empresa de produtos alimentícios afetada pelo escândalo.
Segundo a imprensa oficial, entre outubro de 2007 e agosto de 2008, Geng vendeu à Sanlu mais de 900 toneladas de leite contaminado.
O outro executado, Zhang Yujun, foi condenado por colocar em risco a saúde pública, após comercializar mais de 600 toneladas de leite em pó adulterado com melamina.
Intencional
A melamina é uma substância química utilizada na produção de plásticos e fertilizantes. Quando adicionada ao leite ela eleva artificialmente os níveis de proteína da bebida.
O químico, no entanto, não é próprio para o consumo humano e a ingestão pode causar pedras nos rins e falência desse órgão.
O escândalo da contaminação do leite veio à tona no ano passado, pouco depois das Olimpíadas de Pequim, e colocou em questão a capacidade do governo chinês de controlar a qualidade dos alimentos comercializados no país.
Até o momento, outras 21 pessoas já foram condenadas por envolvimento com o escândalo pela Justiça de Shijiazhuang, capital da província de Hebei, cidade onde ficava a sede da Sanlu.
Entre os condenados, três receberam pena de morte, três estão em prisão perpétua e o restante cumpre pena de dois a quinze anos de prisão.
A ex-diretora do grupo Sanlu, Tian Wenhua, foi condenada à prisão perpétua sob a acusação de produzir e vender produtos adulterados e de baixa qualidade.
As famílias das vítimas fatais entraram em acordo com o governo.
Entre as mais de 300 mil crianças doentes, algumas receberam assistência pública, mas organizações de direitos humanos ainda reivindicam maiores compensações para as vítimas.
A China não divulga o método usado para as execuções de condenados.
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