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Segunda - 23 de Novembro de 2009 às 18:05
Por: Rubens de Souza

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Peritos do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) realizaram nesta segunda-feira, em Cáceres, a perícia nos computadores apreendidos em residências de pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, no concurso realizado pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). Os equipamentos foram apreendidos no final de semana após denúncias de fraudes envolvendo o concurso público para preenchimento de 10.087 vagas, promovido pelo Governo do Estado. Geysa Atala Curvo era uma das profissionais que trabalhavam na organização.

Pela manhã governador Blairro Maggi reuniu-se com o secretário de Administração, Geraldo de Vitto Jr; secretário de Gestão de Pessoas da secretaria, Bruno Martins; e os delegados fazendários Massao Ohara e Lusia de Fátima Machado para avaliar medidas adicionais à retomada do exame. Depois, chamou seus principais assessores e cobrou a responsabilização dos que permitiram que o maior feito político do Governo terminasse no que foi convencionado chamar de “mico” público – e que poderá ter duros efeitos políticos devido a péssima repercussão.

“Dizer apenas que o Governo agiu rápido e anulou não resolve o problema” – disse uma fonte palaciana. O governador quer punir eventuais responsáveis pelo fracasso do concurso. Além da própria mancha governamental em si que a situação causou, os efeitos colaterais são avaliados como extremamente danosos. “É um prato cheio, muito bem servido, para os opositores” – disse esse assessor, ao lembrar das críticas feitas pelo mais beligerante oposicionista do Governo, o senador licenciado Jayme Campos.

"Lógico que agora vamos instaurar um processo para investigar o que ocorreu", disse o vice-governador Silval Barbosa, pré-candidato ao Governo do Estado, que vai carregar o ônus do problema, caso consiga chegar até as urnas no ano que vem. "O governo vai tomar a decisão sobre medida a ser feita a partir do que for indicado nesse processo" - avalia sobre eventual punição aos responsáveis pelo erros que levaram à suspensão do concurso.

De acordo com o coordenador do Gaeco, procurador de Justiça Paulo Prado, todas as informações obtidas durante a perícia serão analisadas pelos promotores de Justiça que atuam no caso. Segundo ele, o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, autorizados pela Justiça, foi motivado por denúncias de eventuais fraudes no certame.

"Ante as notícias de possível fraude tivemos que tomar medidas acautelatórias para averiguar a veracidade ou não das informações. Foram apreendidos computadores, mas somente após perícia se poderá concluir se houve ou não fraude, dolo. Temos obrigação funcional de apurar, mas temos também o dever de fazer um trabalho sério e imparcial. Não vamos dizer que houve fraude sem comprovação. Qualquer conclusão antes da perícia é precipitada", afirmou o procurador de Justiça.

Segundo ele, a princípio, a anulação do concurso não tem nenhuma relação com a investigação criminal que está sendo realizado pelo Gaeco. “O concurso foi anulado em razão da total desorganização. Provas que eram para ser realizadas à tarde, foram entregues pela manhã. Candidatos a um cargo receberam provas para outro cargo. Outros não tiveram acesso ao local de realização das provas pela falta de organização. Isso tudo é o suficiente para anulação do concurso e demonstra que a decisão do governador foi corretíssima”, ressaltou Prado.

Ele destaca que, diante dos acontecimentos repercutidos até mesmo na mídia nacional, “o governador deve ir mais além, ou seja, deverá afastar a Unemat do concurso, pois os fatos demonstram por si só a falta de estrutura da instituição para realização de concurso com tamanha envergadura", salientou.

O representante do Ministério Público afirma que a equipe do Gaeco está a disposição do Governo do Estado e da Secretaria de Justiça e Segurança Pública para a união de esforços visando a elucidação dos fatos ocorridos. “Nos colocamos também à disposição da sociedade para recebermos informações referentes ao caso, garantindo a preservação da identidade das pessoas. O disque denúncia do Ministério Público é 0800-6471700”, acrescentou ele.





Fonte: 24 Horas News

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