Afegãos culpam pobreza pelo conflito, diz pesquisa
A sondagem, intitulada The Cost of War (“O Custo da Guerra”), foi realizada pela organização não-governamental britânica Oxfam com 704 afegãos em 14 províncias.
Os resultados indicam que sete entre dez entrevistados apontavam essas como as principais causas do conflito.
Entre os outros fatores citados pelos entrevistados está a corrupção e a ineficácia do governo - causas consideradas mais importantes do que a violência do Talebã, por exemplo.
Logo atrás da violência da milícia, os entrevistados apontaram a interferência de países vizinhos como o Paquistão e o Irã, a rede Al-Qaeda, a presença de forças internacionais e a falta de apoio da comunidade internacional como outros fatores responsáveis pelo conflito.
Outros dados da pesquisa
Um em cada cinco afegãos já foi torturados
Um em cada dez afegãos já foi preso pelo menos uma vez desde 1979
Um em cada seis afegãos pensa em deixar o país
Sete em cada dez culpam a pobreza e o desemprego pelo conflito no país
*Fonte: Oxfam
“O povo do Afeganistão sofreu mais de 30 anos de rigoroso horror”, disse a diretora-executiva da Oxfam, Bárbara Stocking.
“Nesse período, milhões foram mortos e milhões fugiram de suas casas. Aqueles que cometeram os abusos mais terríveis aproveitam a impunidade em vez de enfrentarem a justiça. A sociedade afegã foi devastada”, disse.
Recomendação
Segundo a ONG, o relatório mostra que o Afeganistão precisa mais do que apenas soluções militares.
De acordo com Stocking, a mensagem da população comum do Afeganistão é a de que “todos os lados devem parar de alvejar civis”.
Ela afirma que os entrevistados pedem que as forças internacionais endureçam as restrições para ataques aéreos e ofensivas noturnas e uma investigação adequada para todas as alegações de mortes de civis.
Além disso, os entrevistados ainda querem que os “insurgentes parem de se refugiar em áreas civis, o que coloca afegãos normais na linha de frente do conflito”.
De acordo com ela, alguns entrevistados afirmaram ainda que a ajuda internacional para saúde, educação e criação de empregos não estava alcançando aqueles que mais precisam do auxílio no país.
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