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Nacional
Sábado - 14 de Novembro de 2009 às 20:19

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado que pode fazer "pouco" em relação ao julgamento da extradição do ex-militante de extrema esquerda italiano Cesare Battisti pois o caso está "nas mãos" do STF (Supremo Tribunal Federal). Lula foi questionado sobre esse processo durante entrevista concedida ao lado do presidente da França, Nicolas Sarkozy, em sua visita oficial a Paris.

Lula disse que deve esperar uma decisão do STF para depois analisar "se há algo que o presidente possa fazer", acrescentou.

Ao responder à pergunta de um jornalista que comentou que Battisti tinha iniciado uma greve de fome para tentar impedir sua extradição, o presidente apenas disse que "se fosse Battisti, não faria". "Não recomendo a ninguém", afirmou o presidente após lembrar que ele mesmo já fez uma greve de fome durante vários dias. "Faz mal, não faz bem", completou.

Battisti, ex-militante do grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), foi condenado à prisão perpétua em 1993, em julgamento realizado à revelia, na Itália. Ele é acusado de ter assassinado quatro pessoas na década de 1970, época na qual o país enfrentava uma onda de violência política.

O italiano foi preso no Brasil em março de 2007, no Rio, em uma operação conjunta entre os agentes de Brasil, Itália e França. Ele está, desde então, no presídio da Papuda, em Brasília, de onde reivindica sua inocência e se diz vítima de perseguição política por parte do governo italiano. Em janeiro passado, Battisti obteve do Brasil status de refugiado político.

O Estado italiano quer que Battisti cumpra pena no país, e o pedido está em análise no STF. A votação está empatada, com quatro votos favoráveis à extradição e quatro contra. Caberá ao presidente do STF, Gilmar Mendes, o desempate. Reportagem publicada na edição deste sábado da Folha de S.Paulo afirma que o magistrado já indicou, anteriormente, que deverá votar a favor da extradição.

Em entrevista à Ansa recentemente, Battisti disse acreditar que o presidente ratificará seu refúgio no Brasil, caso o STF acate o pedido do governo italiano e ordene a sua extradição. "Eu não perdi a confiança no presidente Lula", afirmou.

Lula deverá receber novos questionamentos sobre Battisti na Itália, para onde viajou neste sábado. Em Roma, ele se reunirá com o premiê italiano, Silvio Berlusconi, e participará da Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar da FAO (braço da ONU para alimentação).

Com Ansa, Efe, e Folha de S.Paulo





Fonte: EFE

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