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Agronegócios
Sexta - 13 de Novembro de 2009 às 03:02

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Tema está sendo discutido no II wokshop sobre o assunto

A busca de um plano B para manter a produção de algodão e viabilizar rentabilidade ao cotonicultor brasileiro pode ter chegado ao fim, considerando os resultados que estão sendo apresentados pela Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), no II Workshop do Algodão Adensado, no Centro de Eventos Pantanal, em Cuiabá (MT). O evento que teve início nesta quinta-feira (12) reúne pesquisadores e produtores de Mato Grosso e de outros Estados do país, termina nesta sexta-feira (13) com o balanço final do sistema adensado de produção.

O maior dilema do setor era garantir a qualidade da fibra com o plantio mais tardio da cultura. As pesquisas financiadas pelo Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) apontaram que o custo adensado representa uma economia em relação ao algodão de ciclo convencional e permite a recuperação do investimento do produtor em curto prazo. Os experimentos foram realizados na última safra. “A tecnologia e os processos de produção foram referenciados, Os resultados apresentados pelo algodão adensado superam os do plantio convencional. Temos agora que ver o que é bom e o que não é, definir como trabalhar e investir neste sistema. Sairemos daqui conscientes de que esta alternativa não é a redenção total da cotonicultura, mas é um caminho viável”, alertou o presidente da Ampa, Gilson Pinesso na abertura do evento, na tarde de ontem. A cautela da entidade se justifica diante da responsabilidade do Estado que detém 49% da produção nacional e 60% do volume total das exportações de algodão do Brasil.

Para Pinesso, apesar do desempenho favorável do sistema adensado, é hora de rediscutir o negócio e alinhar as ideias no setor que amarga uma queda significativa na área plantada - cerca de 20% na Safra 2008/2009 em relação a 2007/2008. “O decréscimo na área foi provocado pela falta de renda e de lucratividade do produtor. A cultura do algodão demanda investimentos e tecnologia e não pode sumir no Estado, como aconteceu em outras regiões. Por isso, investimos em pesquisas e estamos fornecendo dados concretos sobre qualidade e sustentabilidade do sistema para conscientizar o produtor. Podemos ter rentabilidade com um trabalho coerente e benefícios para todos”, reforçou o presidente da Ampa lembrando que Estados Unidos e Argentina plantam o algodão adensado, mas com o desempenho abaixo das expectativas.

A perspectiva de economizar entre 400 e 500 dólares é vista com entusiasmo pelo presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Rodrigues da Cunha. Ele destacou que a fibra produzida em Mato Grosso é um orgulho nacional e a alternativa do adensado garante mais um diferencial no mercado mundial. “Não existe no mundo nenhuma história de sucesso como a do algodão mato-grossense em tão pouco tempo – em menos de 20 anos o trabalho dos pesquisadores, produtores, entidades e governos soubemos dar exemplo de organização e busca de soluções”, constatou. Cunha esclareceu ainda que o algodão adensado é produzido a mais de 20 anos, mas foram as pesquisas realizadas em menos de um ano que proporcionaram solução para problemas crônicos. “É impressionante e exemplar. Não é apenas uma safrinha e o que vier é lucro. São 200 arrobas a mais. Não existe segunda safra no mundo e com a qualidade do adensado daqui. Temos agora que obter competitividade”, ressaltou Cunha.

Pionerismo – O presidente da Câmara Setorial do Algodão no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sérgio De Marco, um dos pioneiros no plantio adensado, ou seja, o plantio do algodão de ciclo precoce com menos de 150 dias, diminuindo o custo e melhorando a rentabilidade da cultura, também está otimista. O espaçamento do algodão adensado tem uma distância entre linhas inferior ao utilizado atualmente, sendo igual ao da cultura de soja, 0,45 centímetros, podendo chegar 200.000 e 250.000 plantas por hectare.

De Marco plantou uma área de 900 hectares de algodão adensado e acredita que o sistema dá certo. Tanto que este ano, ele pretende fazer um mix com os dois sistemas de produção. Em dezembro, pretende plantar 33% da área, na forma convencional, com 90 centímetros de espaçamento, em janeiro outros 33% com 76 centímetros de espaçamento entre as linhas e em fevereiro, os demais 33% com espaço adensado, 45 centímetros. “Posso ter dessa forma uma associação de custos dos três períodos de plantio e ver se ainda sobra dinheiro. Eu já tenho esta certeza de que reduzi custos e as contas ficaram no azul”, afirmou o produtor mato-grossense. A economia dele foi de 400 dólares no custo de produção na experiência com o algodão adensado no início deste ano.

Para o presidente da Câmara Setorial de Algodão a nova tecnologia deve ser usada em cerca de 50 mil hectares de área, e assim, manter os atuais níveis da cotonicultura no país. “Uma queda na área plantada pode ter reflexos violentos na economia brasileira”, admitiu.O algodão adensado também deve ser utilizado pelos produtores da Bahia, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.





Fonte: Assessoria de Comunicação da Ampa

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