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Cidades/Geral
Quinta - 12 de Novembro de 2009 às 17:56
Por: Nestor Fernandes Fidelis

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Pesquisas revelam o crescimento do número de pessoas que já se consideram espíritas, sobretudo entre as pessoas possuidoras de cursos de nível superior, ou seja, por parte daqueles mais afeiçoados à leitura e aos estudos. Ainda assim, há muito desconhecimento sobre o que verdadeiramente seja o Espiritismo. E o que é pior, vemos pessoas que ignoram a doutrina espírita criticando os espíritas ou mesmo o próprio Espiritismo, e, não raro, ridicularizando seus adeptos. Como não somos julgadores de ninguém, salvo de nossa conduta pessoal, não nos parece lícito condenar quem proceda da forma acima comentada, porém, torna-se oportuno tecer alguns comentários sobre o assunto.

Há alguns dias foi noticiado pelos jornais a prisão de um “espírita”. Analisando o caso, verificamos não se tratar de um espírita, mas sim, de um médium que diz ser espírita, nada obstante seu procedimento ser totalmente dissociado da prática espírita-cristã. Em verdade, tal veículo de comunicação fez seu papel de divulgador de fatos e, assim como grande parte da sociedade leiga em assuntos espiritistas, de boa-fé acreditou, também, que a referida pessoa fosse um “espírita”.

O Espiritismo é uma filosofia de vida, eis que seus seguidores adotam em sua vida um estilo próprio de agir, de pensar, de sentir e de se comportar em sociedade. É também uma ciência, pois deriva de estudos metódicos, de análises e comparações existentes em diversas partes do planeta. E também é uma religião, procurando ligar as criaturas ao Criador, tendo Jesus como o ser mais perfeito que Deus ofereceu aos seres humanos para lhes servir de modelo e guia.

Com efeito, assim como Jesus asseverou não ter vindo destruir a Lei de Moisés, e sim mostrar que era possível cumpri-la, o Espiritismo não inventa uma nova moral, ao contrário, visa a aplicação da moral cristã, sendo muito claro e sem mistérios, razão pela qual muitas pessoas têm buscado os esclarecimentos, a orientação e o consolo desta libertadora doutrina.

Para ser um espírita não se faz necessário ser portador de diploma específico. Porém, qualquer pessoa pode fazer com que a doutrina seja “a condutora de sua conduta”. Inobstante, a parte científica carece de mais dedicação nos estudos, bem como a parte essencial requer maior sensibilidade, com vistas ao amadurecimento moral e intelectual, que é a missão de todos nós em nossas vidas.

Outrossim, não é preciso ter idade avançada, tampouco muito tempo de freqüência num centro espírita para se considerar um verdadeiro espírita, haja vista que inúmeros jovens, ou pessoas que se tornaram espíritas há pouco tempo, conseguem apreender com muito mais eficácia seus ditames, à luz do Evangelho de Jesus, do que aquelas que apenas ouvem, lêem, mas não buscam a aplicação prática dos ensinos.

Vale salientar que o materialismo afigura-se como uma barreira para que a pessoa possa enxergar mais além, fazendo com que ela se ocupe somente dos prazeres momentâneos do hoje, deixando de crescer, de aproveitar as oportunidades para se iluminar, ficando adstrita aos maus hábitos.

Existem, também, aquelas pessoas que gostam do Espiritismo pelos fenômenos. Todavia, deixam de apreendem o alcance moral da doutrina, ou querem aplicá-lo aos outros (à sogra, ao cunhado, ao patrão), mas não se esforçam por reformarem-se intimamente. Há outros, ainda, que até tem certo conhecimento, mas ficam na superficialidade do conteúdo cristão, fazendo ações para fora, sem trabalhar os valores internos que nos impulsionam para frente.

Dificuldades, todos temos. Na verdade, são desafios, cuja superação por meio da perseverança no bem é muito mais recompensador e prazeroso, o que explica porque o espírita tem considerável percepção do futuro, procurando aplicar no presente os princípios de amor e caridade, de justiça e progresso.

Da obra “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (cap. XVII) podemos extrair as seguintes qualidades do verdadeiro espírita: a) satisfação em fazer o bem sem esperar recompensa; b) respeito em relação ao pensamento e crença dos outros; c) fé inabalável; d) não alimenta ódio nem desejo de vingança; e) não se satisfaz em ressaltar defeitos dos outros; f) compreensão das faltas alheias, não sendo conivente com o erro, mas amando a pessoa que erra; g) esforço para se conhecer e se melhorar; h) sabe lidar com riqueza e beleza, bens temporários que podem lhe ser retirados a qualquer momento; i) se é chefe, valoriza o trabalho do subordinado; j) se é subordinado, não alimenta a inveja e reconhece seu valor; k) enfim, o espírita-cristão não faz do espiritismo uma profissão, uma fonte de renda, sempre distribuindo de graça o que de graça recebeu por empréstimo divino.

Enfim, o real espírita é o verdadeiro cristão, que humildemente se esforça para aprender sempre, assim como para domar suas más inclinações, transformando-se numa pessoa melhor e, por conseguinte, exortando o próximo ao amor.





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