Inpe faz relatório para a ONS sobre condições atmosféricas durante apagão
O Inpe já afirmou hoje, em nota, que houve uma "linha de instabilidade atmosférica" que causou chuvas fortes, raios e rajadas de vento em localidades do Paraná e em São Paulo, onde três linhas de transmissão foram desligadas, provocando efeito em cadeia que resultou no corte de transmissão de energia e a paralisação completa da usina de Itaipu, entre outros distúrbios.
Na nota, o instituto reforça sua tese contrária à do governo de que, embora houvesse uma tempestade na região próxima a Itaberá (SP), epicentro da crise energética, com atividade de raios no horário do apagão, as descargas mais próximas do sistema elétrico estavam a aproximadamente 30 km da subestação e a cerca de 10 km de uma das linhas de Furnas.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, responsabilizou os fenômenos climáticos pelo blecaute que atingiu o país. Segundo ele, descargas atmosféricas, ventos e chuvas muito fortes na região de Itaberá (SP) foram a causa do desligamento de três linhas de transmissão e o consequente desligamento da usina hidrelétrica de Itaipu.
Para os especialistas do Inpe, apenas descargas elétricas com intensidade superior a 100kA, atingindo diretamente uma linha, seria capaz de causar um transtorno como o de terça-feira. A intensidade das cargas verificada pelo Inpe é inferior a 20kA.
O MPF (Ministério Público Federal) abriu um procedimento administrativo para apurar as causas e os responsáveis pelo blecaute. Devem apresentar explicações o Ministério de Minas e Energia, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e a Itaipu Binacional.
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