Goleiro alemão que se matou sofria de depressão, diz viúva
O goleiro da Alemanha Robert Enke, que cometeu suicídio na terça-feira, estava sofrendo de depressão, revelou sua viúva, Teresa, nesta quarta-feira.
Segundo ela, o jogador – cotado para defender a seleção alemã na Copa do Mundo do ano que vem - se recusou a ser tratado por medo de que sua filha adotiva fosse tirada dele, caso a doença se tornasse pública. A menina havia sido adotada em maio, aos oito meses.
Enke também estava tendo dificuldades de superar a perda de sua filha biológica, Lara, que morreu aos 2 anos em 2006, vítima de uma doença cardíaca rara.
"Ele tinha medo do que as pessoas iriam pensar quando você tem um filho e o pai sofre de depressão. Mas eu sempre disse a ele que isso não era um problema", afirmou Teresa em uma entrevista coletiva.
"Após a morte de Lara, tudo nos uniu ainda mais. Nós pensávamos que podíamos conseguir tudo. E eu tentava dizer a ele que sempre há uma solução para tudo."
"Para ele, o futebol passou a ser tudo na vida. E o time dava segurança a ele", concluiu.
Robert Enke jogava no Hannover 96 desde 2004. Antes disso, ele passou por clubes na Alemanha, Espanha, Portugal e Turquia.
Amistoso
Um médico que cuidou do goleiro disse que ele sofreu de depressão pela primeira vez em 2003 e recebeu alta após o tratamento.
Mas, na terça-feira, Enke, de 32 anos, se jogou na frente de um trem, nos arredores de Hannover, deixando para trás um bilhete.
Por causa da morte do jogador, a seleção alemã cancelou um amistoso que faria com o Chile neste sábado, em Colônia.
Centenas de torcedores foram até o estádio de Hanover nesta quarta-feira para homenagear Enke, deixando camisetas e cachecóis de times, além de acender velas.
A chanceler Angela Merkel enviou uma carta à viúva expressando sua surpresa e pesar com a notícia.
Comentários