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Internacional
Quarta - 11 de Novembro de 2009 às 16:29

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A Casa Branca continua a afirmar que faltam semanas para o anúncio do presidente Barack Obama sobre uma nova estratégia para a guerra no Afeganistão. Nos últimos dias, contudo, a imprensa americana informou, com as mais diversas fontes, que Obama aumentará efetivamente o número de soldados americanos no país.

Em mais um argumento a favor, o jornal "The New York Times" destaca que três dos principais conselheiros do democrata no tema --o secretário de Defesa, Robert Gates, a secretária de Estado, Hillary Clinton, e o almirante Mike Mullen, presidente da Joint Chiefs of Staff, comissão que reúne os mais graduados das Forças Armadas americanas-- fazem campanha pela proposta de enviar ao menos 30 mil soldados como reforço aos 68 mil que já estão no país e que enfrentam o crescimento da insurgência do grupo islâmico Taleban no ano mais violento desde a invasão ao Afeganistão, em 2001.

Gates, republicano e um legado do governo Bush, é visto com muito respeito pelo presidente e deve, segundo o jornal, ter papel decisivo na escolha da nova estratégia. O porta-voz do almirante Mullen, capitão John Kirby, disse ao "NYT" que ele dá conselhos ao presidente em particular e não pode comentá-los.

O que se sabe é que Mullen, Hillary e Gates defendem o envio de 30 mil soldados adicionais. Há, contudo, diferenças em suas posições sobre o tema e eles não trabalham em uma proposta comum.

Segundo o secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs, Obama já reduziu a quatro o número de opções para a nova estratégia, mas não deu detalhes.

O "NYT", que cita funcionários do governo, diz que as opções incluem diferentes números de reforço às tropas com diferentes objetivos e calendários, além de expectativas de treinamento das forças de segurança afegãs e quanto controle da missão elas devem ter.

Segundo o jornal, a primeira opção inclui o envio de 20 mil a 25 mil soldados, outra pede cerca de 30 mil militares extras e a terceira segue o pedido do comandante das forças internacionais no Afeganistão, general Stanley A. McChrystal, com mais 40 mil soldados.

O jornal destaca, contudo, que Obama ainda tem dúvidas sobre a ajuda que os governos do Paquistão e Afeganistão estão dispostos a oferecer diante desta nova estratégia.

Ele questiona ainda se o aumento das tropas americanas no país vai compensar a urgência de se treinar uma força de segurança afegã eficiente. "Ele simplesmente não está convencido de que você pode ter uma estratégia de contrainsurgência duradoura se não h[á ninguém para quem entregá-la", disse um dos participantes das diversas reuniões que Obama faz para debater o tema.

O democrata, que montou boa parte de sua campanha eleitoral em cima da guerra desnecessária do antecessor George W. Bush no Iraque, não quer arriscar a impopularidade de ampliar um conflito sem algumas garantias.

Outro fator de resistência é o presidente Hamid Karzai, reeleito após um primeiro turno marcado por fraudes e a desistência de seu rival de disputar o segundo turno. Conselheiros de Obama alertam que não há garantias de que Karzai vai efetivamente combater a corrupção ou o tráfico de drogas ou mesmo que seu governo conseguirá manter tropas afegãs treinadas e competentes.





Fonte: Folha Online

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