Cana será mais rentável que soja e milho, afirma Embrapa
Para o pesquisador Celso Manzato, da Embrapa Meio Ambiente, o Brasil precisa adotar medidas urgentes para não perder a produtividade em determinadas culturas. Segundo ele, que participou nesta terça-feira de audiência pública na Câmara dos Deputados da Comissão Especial que discute alterações no Código Florestal Brasileiro, o País pode enfrentar sérios problemas para produzir alimentos, mas acabar beneficiado pelo potencial energético com a produção de biocombustíveis oriundos da cana-de-açúcar.
"Não há como negar que o aquecimento global trará mudanças no cultivo. Enquanto a soja perderá 40% de sua produtividade e o milho 35%, a cana-de-açúcar tende a aumentar em 10% por que é mais resistente ao calor. Precisamos tomar uma decisão sobre que caminho devemos seguir", alertou.
Sobre as mudanças que estão sendo discutidas para o Código Florestal, o pesquisador Eduardo Assad, da Embrapa Informática e Pecuária, acredita que é preciso meslcar culturas nativas e outras exóticas nas áreas de proteção permanente (APPS). Ele explica que certos tipos de cultura extrativistas podem representar ganhos na qualidade do solo e na preservação da água. "Deve-se mesclar rentabilidade e produtividade em sistemas agroflorestais. O Brasil precisa apoiar os produtores rurais que detém esta visão estratégica sobre o uso dos recursos naturais em interresse econômico", ponderou.
O governo, representantes dos agricultores e os setores ambientalistas devem promover um debate técnico antes de aprovar mudanças na legisdlação ambiental. A opinião e do pesquisador da Embrapa Florestal, Gustavo Ribas Cursio. Ribas citou como exemplo de impasse a ser resolvido a questão das APPs. "A Lei diz quer não se pode ocupar os topoos de morro, mas é preciso esclarecer que as áreas mais sensíveis de uma montanha não são o topo, mas as suas bases. Preservar os topos de morro não garante a preservação da biodiversidade", esclareceu.
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