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Cidades/Geral
Terça - 10 de Novembro de 2009 às 05:58
Por: Caroline Rodrigues

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HGU espera credenciamento do Ministério da Saúde e pacientes contam com aplicação da nova portaria para operar fora do Estado

Mato Grosso está há 4 meses sem equipe credenciada para transplante de rins. Atualmente, 600 pacientes do Estado estão na lista de espera e o hospital, que estava credenciado até julho, fez 9 procedimento este ano, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES). O número representa menos de 1,5% das pessoas que precisam. Pela nova portaria do Ministério da Saúde (MS), a lista para cirurgia que era única em todo Brasil, passou a ser regional e na divisão do órgão, os pacientes mato-grossenses unem-se com pessoas de outros 10 Estados, dos quais apenas Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo têm condições de fazer o procedimento. A médica nefrologista Paulete Dossena Grando afirma que sair de uma lista única foi importante e vai facilitar o acesso ao tratamento, pois Mato Grosso está na lista junto com São Paulo, que tem a maior quantidade de equipes credenciadas e também é referência na América Latina para transplantes renais.

Outra mudança na seleção é a prioridade para pessoas menores de 18 anos, como Jean Maikon de França, 13, que está a espera de uma cirurgia há 6 anos.

Jair Moraes, pai do menino, disse que vê com esperança a nova portaria, mas espera que ela não fique apenas no papel e seja aplicada. "Depois que meu filho morrer, não adianta chamar para o transplante".

Jean é franzino e aparenta ter menos de 9 anos devido a reação dos remédios e também à doença. O menino não frequenta mais as aulas porque está internado há 25 dias e faz hemodiálise 3 vezes por semana, ficando em média 4 horas no aparelho.

Jean gosta de jogar bola, mas pratica o esporte apenas com parentes porque não tem muitos amigos. A mãe dele, Josenil França, conta que quando o filho ia para escola sempre voltava reclamando da professora, que devido ao excesso de zelo, não deixava ele participar de algumas atividades com os colegas.

Apesar da aparência frágil, o pai do garoto, Jair Moraes, 34, argumenta que prefere não privar o filho das brincadeiras de criança, mas é consciente das limitações da doença. Ele não pode beber líquidos fora da medida permitida, que é 200 ml por período do dia, e nem refrigerantes ou sucos. O pai confessa que 1 vez a cada 6 meses faz uma extravagância e deixa ele comer um pouco de sorvete.

O paciente também é proibido de ingerir comida com qualquer tipo de tempero ou óleo e sonha com o dia que ficará bom e comerá o quanto de panquecas e pizzas puder.

Doadores - As pessoas que já foram doadoras e agora tiveram problema no órgão passam também a ser prioridade com a nova portaria. A médica Paulete Dossena Grando disse que pesquisas recentes mostram que 1 a cada 4 doadores vivos precisam de transplante após o procedimento.

O balconista Natalino Nardes da Silva, 52, faz hemodiálise 3 vezes por semana. Ele fez a doação de 1 rim para a irmã dele, que faleceu 4 meses depois da cirurgia, em 1993.

O paciente conta que começou a sentir os primeiros sintomas há 4 anos e meio, mas demorou 2 anos para conseguir um diagnóstico correto. Apenas este ano, o balconista precisou fazer 3 transfusões de sangue e fica contente de saber que é prioridade agora.

Outro lado - A coordenadora Estadual de Transplantes, Fátima Melo, informou que o HGU está em fase de credenciamento, que acontece a cada 2 anos. A equipe está com todos os documentos aprovados e o problema está no Alvará da Vigilância Sanitária, que visitou o hospital e fez uma série de exigências, que precisam ser sanadas para a emissão do documento.





Fonte: A Gazeta

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