Índios fazem protesto contra construção de usina

Índios da etnia Caiapó, da região de Colíder (650 km ao norte de Cuiabá), estão mobilizados desde quinta-feira (29) em protesto contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira (PA), no Rio Xingu. Eles reclamam de não terem sido consultados e sequer informados dos estudos de impacto ambiental da obra, cujo projeto teve início na década de 80, conforme a Fundação Nacional do Índio (Funai). Belo Monte será a segunda maior usina do País, depois de Itaipu, com capacidade para gerar 11.233 megawatts de energia.

Durante o feriado prolongado de Finados, o protesto ganhou força a partir da suspensão do funcionamento da balsa que liga os municípios de São José do Xingu, no Araguaia, a região de Peixoto de Azevedo, na BR-163. Ontem, conforme o diretor substituto da Funai em Colíder, Sebastião Martins, a passagem estava normalizada. Segundo ele, a intenção dos índios é ir até Brasília esta semana para audiências nos Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia.

O protesto teve início após a informação de que a licitação na modalidade leilão será realizada em dezembro. Conforme Martins, a Agência Nacional de Águas (ANA) já emitiu a licença para a realização da obra, restando apenas a liberação pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), prevista para os próximos dias pelo ministro Carlos Minc. Na sexta-feira (30), o Ministério de Minas e Energia divulgou as diretrizes para a realização do leilão.