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Nacional
Terça - 03 de Novembro de 2009 às 08:30

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RIO - Micropontos e balinhas. Palavras aparentemente inofensivas que entraram no cotidiano dos jovens da classe média, mas com um poder avassalador quando ligadas a nomes como LSD e ecstasy, da família das drogas sintéticas. O delegado Enrico Zambrotti Pinto, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal, vai além e afirma: há policiais que desconhecem o que é um microponto de LSD. Imagine os pais! As pedras de crack, lixo da cocaína, antes fumadas em cachimbos improvisados por moradores de rua, hoje engrossam essa lista.

Levantamento inédito feito pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad), da Uerj, revela que, em 2005, dos 200 dependentes de cocaína e crack que procuraram atendimento na instituição, apenas um era viciado na última droga. Em 2008, o número de usuários de crack chegou a 57,3% dos mesmos 200 atendimentos, superando a quantidade de usuários em cocaína em tratamento. Segundo o psicólogo Bernardo da Gama Cruz, um dos coordenadores da pesquisa, o crack é hoje a droga mais usada pelos jovens até 21 anos em tratamento na instituição.

Vício já aos 14 anos

Estudante de colégios caros, com boas notas, desportista, nascido numa família bem-estruturada, Y. começou com álcool e maconha aos 14 anos. Hoje, aos 23, sabe exatamente há quanto tempo está sem consumir drogas: dois anos, nove meses e 11 dias. O que começou com um "baseado" e um copo de cerveja avançou para drogas cada vez mais pesadas, como o crack. Tudo para ser aceito por um grupo de amigos.

- Meu uso de drogas foi aumentando, mas eu ainda tirava boas notas. Minha família só descobriu quando eu tinha 16 anos. Com 17, passei para a faculdade e fui morar em república. Eu me droguei ainda mais. Perdi o emprego, passei a perder matérias, caí de moto, quase fui preso. O crack é um vício caro demais - conta Y., que frequenta um grupo de ajuda, trabalha numa estatal e está concluindo a faculdade.





Fonte: O Globo

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