Agentes são treinados para combater hantavirose e raiva nas aldeias
A hantavirose e a raiva animal são ameaças preocupantes às comunidades rurais e indígenas do médio-norte do Estado. Com o objetivo de prevenir a ocorrência de casos destas doenças nas comunidades indígenas que estão sob sua responsabilidade, o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Cuiabá está promovendo a primeira etapa do curso de “Controle e Manejo de Ratos e Morcegos”, entre os dias 26 e 30 deste mês, na aldeia Bacaval, da etnia Paresi.
De acordo com Maria Auxiliadora Cândida, assistente da Coordenação de Formação do Dsei Cuiabá, a capacitação foi organizada devido aos casos de hantavirose que vêm ocorrendo nas comunidades vizinhas às aldeias da região de Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra, da etnia Paresi, e da constatação da presença de morcegos hematófagos na região de Nobres, na terra indígena Santana, da etnia Bakairi.
“O evento visa dar subsídios aos agentes de saúde, que atuam no Núcleo de Vigilância Ambiental (NVA) da Funasa em Mato Grosso, para realizarem estudos relacionados a estes animais, cujo principal objetivo é evitar contaminações e controlar o crescimento populacional de morcegos e ratos nas aldeias”, explica Cândida.
O treinamento será realizado em duas fases. A primeira teve início nesta segunda-feira e irá tratar sobre a hantavirose, doença causada por um vírus encontrado em ratos silvestres. A contaminação acontece quando a pessoa respira poeira com partículas de fezes, urina e saliva do animal contaminado.
As equipes de saúde da Funasa orientam os indígenas a tomarem alguns cuidados para evitar a contaminação, como retirar o mato até 50 metros em torno das casas, não jogar restos de comida no quintal, além de evitar o armazenamento de grãos em áreas próximas às residências.
Já a segunda etapa será realizada na cidade de Poconé, de 14 a 18 de dezembro, com o tema raiva animal. Doença também provocada por vírus, é transmitida pela mordida de animais contaminados, como cães, gatos, ratos, bovinos, eqüinos, suínos, macacos e morcegos hematófagos.
Para o chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental, José Figueiredo, os agentes de saúde que atuam nas áreas indígenas buscam solucionar o problema definitivamente e não apenas de forma paliativa. “Tenho certeza que esta capacitação proporcionará melhorias efetivas nos resultados de combate à raiva e hantavirose”, analisa.
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